sábado, 30 de maio de 2009

PENTECOSTES

O pleno ministério do Espírito começa na manhã do Pentecostes, logo depois da ascensão de Jesus (At 2.1-4). João Batista predisse que Jesus batizaria com o Espírito Santo (Mc 1.8; Jo 1.33), de acordo com a promessa do Antigo Testamento de um derramamento do Espírito de Deus nos últimos dias (Jl 2.28-32; cf Jr 31.31-34), e Jesus havia repetido a promessa (At 1.4,5). A significação da manhã do Pentecostes foi dupla: ela marcou o início da era final da história do mundo antes do retorno de Cristo, e, comparada com a era do Antigo Testamento, marcou uma formidável intensificação do ministéro do Espírito e da experiência de viver para Deus.
Testemunhar de Jesus Cristo, glorificá-lo, mostrando a seus discípulos quem e o que ele é (Jo 16.7-15), e fazê-los cônscios do que são nele (Rm 8.15-17; Gl 4.6) é o ministério central do Parácleto. O Espírito nos ilumina (Ef 1.17,18), regenera (Jo 3.5-8), guia-nos à santidade (Rm 8.14; Gl 5.16-18), transforma-nos (2Co 3.18; Gl 5.22,23), dá-nos certeza (Rm 8.16) e dons para ministério (1Co 12.4-11). Todo trabalho de Deus em nós, tocando nosso coração, nosso caráter e nossa conduta, é feito pelo Espírito de Deus, embora aspectos desse trabalho sejam, às vezes, atribuídos ao Pai e ao Filho, de quem o Espírito é executivo.
Os discípulos de Jesus foram evidentemente crentes nascidos do Espírito antes do Pentecostes, de sorte que seu batismo no Espírito, que trouxe poder à sua vida e ministério (At 1.8), não foi o começo de sua experiência espiritual. Para todos, porém, que chegaram à fé desde a manhã do Pentecostes, começando com os convertidos naquele evento, o recebimento do Espírito na plena bênção da nova aliança tem sido um aspecto de sua conversão e novo nascimento (At 2.37; Rm 8.9; 1Co 12.13). Todas as aptidões para o serviço que surgem subsequentemente na vida de um cristão devem se vistas como a seiva emanada desse batismo espiritual inicial, que une vitalmetne o pecador ao Cristo ressurreto.
Parácleto, em: Teologia Concisa, J. I. Packer - Editora Cultura Cristã.
Leitura do Dia: Domingo de Pentecostes – 31/05 – At 2:1-21 ou Ez 37:1-14; Sl 104:24-34, 35b; Rm 8:22-27 ou At 2:1-21; Jo 15:26-27; 16:4-15

VÉSPERA DE PENTECOSTES - O ESPÍRITO SANTO

Antes da paixão de Jesus, ele prometeu que o Pai e ele enviariam a seus discípulos outro Consolador (Jo 14.16, 26). O consolador ou PARÁCLETO, do gredo parakletos, que significa o que dá auxílio, é um ajudador, conselheiro, fortalecedor, encorajador, aliado e advogado. Outro indica que Jesus foi o primeiro Parácleto e está prometendo um substituto, que, após sua partida, continuará o ensino e o testemunho que ele havia iniciado (Jo 16.6,7).
O ministério do Parácleto, por sua própria natureza, é um ministério pessoal e relacional, implicando a plena pessoalidade de quem o consuma.
Espírito é verdadeiramente uma pessoa distinta do Pai, assim como é o Filho. Isso é evidente não somente pela promessa de outro Consolador, mas também pelo fato que o Espírito, entre outras coisas, fala (At 1.16; 8.29), ensina (Jo 14.26), testemunha (Jo 15.26), busca (1 Co2.10,11), determina (1 Co12.11), intercede (Rm 8.26,27), é alvo de mentira (At 5.3) e pode ser afligido (Ef 4.30). Somente de um ser pessoal podem ser ditas tais coisas.
A divindade do Espírito Santo surge da declaração de que mentir ao Espírito é mentir a Deus (At 5.3,4), da associação do Espírito com o Pai e o Filho nas bênçãos (2 Co 13.14; Ap1.4-6) e da fórmula do batismo (Mt 28.19).
Portanto, o Espírito é "ele", não "isso", e deve ser obedecido, amado e adorado, juntamente com o Pai e o Filho.
Parácleto, em: Teologia Concisa, J. I. Packer - Editora Cultura Cristã.
Leitura do Dia: Sábado – 30/05 – Véspera de Pentecostes: Êx 19:1-9a ou At 2:1-11; / Sl 33:12-22 ou Sl 130; / Rm 8:14-17, 22-27; / Jo 7:37-39a

sexta-feira, 29 de maio de 2009

porquanto olhara desde o alto do seu santuário; desde os céus, o SENHOR observou a terra,
para ouvir o gemido dos presos, para soltar os sentenciados à morte;
Salmo 102.19,20


Leituras do dia: Sexta – 29/05: Salmo 102 / Salmo 107:1-32 / Ezequiel 34:17-31 / Hebreus 8:1-13 / Lucas 10:38-42

quinta-feira, 28 de maio de 2009

FAZE ISTO E VIVERÁS

faze isto e viverás
Lucas 10.28



O que fazer para ser salvo? Essa foi justamente a interrogação do doutor da lei a nosso Senhor Jesus Cristo. Como bem sabemos, os religiosos da época de Cristo, fundamentalistas no sentido mais negativo da palavra, atribuíam sua salvação a uma obediência própria-julgada por eles- perfeita da lei, que criam piamente serem os exemplos de tal observação.
A parábola onde encontra-se nosso texto responde à pergunta do doutor da lei: quem é meu próximo? A resposta acerca do que fazer para ser salvo, já havia sido dada pelo próprio religioso judaico: "...amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo teu entendimento e ao teu próximo como a ti mesmo."
Quando Cristo afirma: "faze isto e viverás" deixa claro um fator: a vondade de Deus é o caminho da vida.
Não a religiosidade cega e sem propósitos. Não a religiosidade ignorante que retribui ao próprio ego. um viver satisfatório segundo preceitos que julga serem os mais importantes. Não a religiosidade que existe para ser vista, mas a fé que é uma resposta ao querer de Deus, que, claro, só pode responder a essa vontade uma vez alcançada pelo próprio Senhor. Fazer a vontade de Deus é andar no caminho da salvação, não da religiosidade vazia, mas da verdadeira piedade.
Oração: Pai de misericórdia, que tua graça salvadora possa alcançar cada coração que distante anda de ti, para que, por teu favor, possa viver a verdadeira piedade, cumprindo tua santa vontade. Como homens falhos e pecadores somos absolutamente incapazes, por nós mesmos, de cumprir teu querer, por isso te pedimos: alcança, transforma e capacita o coração perdido para que possa obedecer a ti. Por Cristo Jesus, amém.

Leitura do dia: Quinta – 28/05: Salmo 105:1-22 / Salmo 105:23-45 / Ezequiel 18:1-4, 19-32 / Hebreus 7:18-28 / Lucas 10:25-37

quarta-feira, 27 de maio de 2009

ALEGRAI-VOS POR VOSSA SALVAÇÃO

alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e sim porque o vosso nome está arrolado nos céus.
Lucas 10.20

O texto acima mencionado encontra-se em um momento interessante do ministério de Jesus. Os discípulos experimentavam ali o poder e a autoridade do nome de Cristo, ao qual todas as coisas se submetem, em todas as esferas. Tal fator não era ignorado pelos seguidores do Senhor. Seus corações não os traía, levando-os a pensar que o poder que expelia a Satanás e os demais anjos maus provinha deles mesmos. Sequer mensuraram a possibilidade de eles mesmos poderem dominar o mundo sobrenatural. Tinham completa ciência que tudo ocorrera somente pelo poder do nome de Jesus: " Então, regressaram os setenta, possuídos de alegria, dizendo: Senhor, os próprios demônios se nos submetem pelo teu nome!" (Lc 10.17)
O relato do evangelista mostra que subsequente à colocação dos discípulos, o Senhor se regozija pela salvação de Deus manifestada aos simples, aqueles para os quais, muitos julgavam que as coisas de Deus não eram dignas, pois não eram merecedores o suficiente.
Precedendo a alegria de Cristo pela salvação dos pequeninos, Jesus chama a atenção dos 70 para um fato real: alegrai-vos porque vosso nome está arrolado no reino dos céus.
A igreja brasileira, já há muito tempo, tem se direcionado totalmente pela busca de uma comunidade "cheia de poder", transbordante da manifestação sobrenatural do "agir de Deus". Fala-se de homens de poder, orações poderosas, milagres de Deus, oração forte, e tanto quanto mais nossas mentes puderem adjetivar acerca de manifestações sobrenaturais; porém omite-se a doçura e a realidade da salvação do povo de Deus. Mostra-se em shows, programas de TV, diversas áreas da mídia milagres acontecendo, mas, infelizmente, não se fala nem se enfatiza o milagre maior: o pecador redimido que tem seu nome arrolado no Reino dos céus. Crentes se alegram por curas, operações fantásticas e tudo mais que excede esse nosso mundo comum, porém, infelizmente, é uma alegria que não é duradoura. Qual a razão de encontrarmos tantos crentes tristes, desmotivados, deprimidos? Tal acontece porque firmam sua fé não no milagre da salvação pessoal, mas nos milagres sobrenaturais que tocam apenas o mundo físico em que vivem. As pessoas, em especial os lideres religiosos, ou não sabem ou se omitem quanto ao fato que curas, milagres, manifestações sobrenaturais não vão dar o apoio para superar dores e tristezas, dificuldades e lutas. O que sustenta o coração dorido e o faz ter desejo de seguir em frente é saber que tem algo muito maior: a salvação que ninguém poderá tomar deste! O que faz o crente em Jesus levantar a cada dia, ter razão para sair da cama e enfrentar mais um dia de luta é saber que pertence a seu Senhor, é ter a convicção que esse mundo é passageiro, bem como sua dor e dificuldade, e que aguarda uma eternidade cheia de paz e consolação ao lado de seu Salvador.
Não afirmo aqui que devemos desprezar o sobrenatural, o agir miraculoso de Deus ou as manifestações do Senhor. O que afirmo e enfatizo é que o que deve ocupar o centro de nossa fé e esperança é a salvação, não os milagres. É a certeza desta que nos faz viver no Senhor, e, nela que devemos nos regozijar. Jesus regozijou-se porque Deus manifestara sua salvação aos perdidos e nos instou que esse mesmo motivo fosse a razão de nossa alegria, nossa satisfação.
Alegrai-vos, porque vosso nome está arrolado nos céus.
Leitura do dia: Salmo 101, 109:1-4 (5-19)20-30 / Salmo 119:121-144 / Ezequiel 11:14-25 / Hebreus 7:1-17 / Lucas 10:17-24

quarta-feira, 20 de maio de 2009

ASCENSÃO DE NOSSO SENHOR

foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu
Atos 1.9

No quadragésimo dia após a festa da Páscoa, celebramos o dia da Ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Para alguns pode parecer estranho o referir-se a esta festa cristã como um costume reformado. Devemos porém atentar que lembrar-se da ascensão de Jesus é trazer à mente princípios básicos da fé deixada por nós pelos reformadores.
Antes de tudo, esta não é uma celebração romana. É um evento lembrado pelas igrejas históricas, e, para tristeza minha, omitido por sua maioria em nossa terra brasileira. Tanto é verdade o fato que a Festa da Ascensão é também uma prática nossa, presbiteriana, que nosso hinário (Novo Cântico) traz pelo menos 3 hinos referentes a tal evento: hinos 280, 281, 281a.
Falar de ascensão, como dito anteriormente, é falar de verdades básicas das Escrituras: 1- a verdade da glorificação de Cristo: "Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à direita de Deus." Mc 16.19; 2- A confirmação da divindade e obra redentiva de Cristo pelos céus: "Uma nuvem o recebeu", (a nuvem aqui, uma referência ao Shekinah de Deus, que aparece em momentos significativos da história bíblica como sinal da presença ativa e confirmativa de Deus -cf J.I. Packer) At 1.9; 3- Sua posição de vencedor e de Juiz: "assentou-se à direita de Deus". Mc 16.19.
Não somente isso, também é um evento que nos faz olhar para o futuro, afinal, no episódio da ascensão registrado em Atos, seguem-se as palavras dos anjos: "Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir." At 1.11. Nossa esperança acerca da volta gloriosa de Jesus, se firma também na visão, na convicção de sua gloriosa ascensão -envolvido pela nuvem, sendo esta o shekinah de Deus-. Assim como subiu glorioso, glorioso voltará.
A festa cristã da ascenção remete também nossa fé à confissão que costumeiramente fazemos quando da celebração da ceia do Senhor, ao congregacionalmente fazermos nossa profissão de fé orando o Credo Apostólico:"ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao céu; está assentado à mão direita de Deus Pai Todo-poderoso, de onde há de vir para julgar os vivos e os mortos..." Aqui inclusive sua ascensão é aliada à sua glorificação, volta gloriosa e papel de juiz sobre toda carne.
Outra razão importante é que a ascensão nos lembra que está aproximando o pentecoste da igreja. A festa que nos lembra a descida do Espírito Santo, a capacitação do alto que recebe o povo de Deus para fazer efetivo seu testemunho acerca da salvação entre as nações.
Portanto, queridos irmãos, alegremo-nos nesse dia tão importante para nós. Renovemos nossa fé na verdade de que Cristo subiu glorioso, glorioso voltará. Na verdade que Cristo é Juiz e a todos justamente julgará. Na verdade que Ele se assenta sobre o trono e conosco, por seu Santo Espirito, sempre está.
Aleluia! Triunfante,
Para o céu Jesus subiu.
As prisões quebrou da morte,
Pecadores redimiu.
Com poder em majestade,
Vive e reina lá no céu;
Mas um dia, triunfante,
Voltará ao povo seu!
Hino 281 - Jesus Triunfante

Devemos nos Alegrar nas Obras de Deus

Os retos vêem isso e se alegram
Sl 107.42

O salmo 107 inicia-se com a seguinte conclamação: "Rendei graças ao SENHOR, porque o SENHOR é bom, e a sua misericórdia dura para sempre." No decorrer de todo o texto situações são apontadas pelo escritor inspirado: O necessitado clama, Deus ouve, em resposta devem: Render graças ao SENHOR por sua bondade e por suas maravilhas para com os filhos dos homens.
No final do nosso texto, diante da última situação exposta pelo escritor bíblico, e, concluindo ao referir-se também a todos os episódios de necessidade, clamor e socorro de Deus, ele registra: Os retos vêem isso e se alegram, mas o ímpio por toda parte fecha a boca.
É dever de todo cristão primeiramente contemplar, meditar e enteder o agir de Deus tanto na sua história quanto na história dos que estão ao seu redor, e, com estes alegrar-se! Somos chamados a festejar o socorro de Deus, celebrar o Deus que atende ao clamor de seus escolhidos e não se omite em seu socorro.
Acho curiosa a atitude do ímpio aqui retratada: por toda parte fecha sua boca. Ele não se alegra com a felicidade do outro, não compartilha do prazer em ver Deus agir pelo bem do próximo. O quanto não vemos disso ao nosso redor? Gente que não se congratula com o outro pela bênção recebida? Gente que se entristece porque o outro é bem sucedido? Gente que se enche de inveja porque o outro recebeu e ele não?
Esta atitude não é um agir nem de longe cristão. É um agir próprio daquele que não tem conhecimento do Altíssimo.
Como crentes no Senhor Jesus devemos festejar com o próximo a bênção recebida, pois convem aos retos o alegrar-se nas obras de Deus.
Oração: Senhor, dá-me a graça de com meu irmão bendizer o teu Nome por seus poderosos feitos na vida dos piedosos e teu santo agir nesse mundo que criaste. Por Cristo Jesus, Senhor nosso e de toda igreja, amém.
Salmos do dia: 106-109

terça-feira, 19 de maio de 2009

A Igreja Hodierna e o Temor a Deus

Moisés desceu do monte ao povo e santificou o povo; e lavaram suas vestes
Êxodo 19.14

No livro de Êxodo encontramos uma das primeiras manifestações claras de Deus ao povo escolhido. O Senhor apresentou-se ali à congregação eleita, povo que havia redimido da escravidão do Egito, fazendo deste sua propriedade exclusiva, voltado para sua glória e honra.
O pastor, líder e profeta Moisés tinha sob sua responsabilidade o cuidado daqueles eleitos de Deus, de ensinar-lhes acerca do temor ao Senhor e da verdadeira adoração/serviço ao Todo-Poderoso.
Antes de descer aos peregrinos hebreus, Moisés recebe claras instruções da parte de Deus sobre a forma que o povo deveria aproximar-se dEle, instruções estas que deixavam óbvio o caráter de Deus e a forma de relacionamento que este estabelecia com seu povo. Lemos no mesmo capítulo 19: "Vai ao povo e santifica-os hoje e amanhã, e estejam prontos para o terceiro dia; porquanto no terceiro dia o Senhor descerá diante dos olhos de todo o povo sobre o Monte Sinai. E marcarás limites ao povo em redor, dizendo: Guardai-vos, que não subais ao monte nem toqueis seu termo; todo aquele que tocar o monte, certamente morrerá. Nenhuma mão tocará nele... (Êx 19. 10-13)"

Para encontrar-se com Deus, para d´Ele ouvir, para receber do Senhor deveria haver temor e santidade. A falta deste temor, a ausência desta santidade seria punida com a morte. Cultuar a Deus não era algo como brincar com o Altíssimo, deveria ser uma atitude reverente frente ao Santíssimo.
Em nossos dias, à guisa de uma pseudo-intimidade, uma pseudo-informalidade, um evangelho mais atrativo aos homens, o temor e a santificação com relação a Deus e às coisas de Deus tem sido deixada de lado.
Uma matéria da revista Veja desta semana trouxe uma reportagem sobre um sacerdote protestante que se tornou o "queridinho" para as celebrações matrimoniais. Segundo esta, o sacerdote teve um aumento de 70% em suas celebrações, comparando com o ano de 2004. Só no ano passado foram 350 casamentos. Ao transcrever um trecho de seu sermão proferido na cerimônia acompanhada pela revista, registram-se os seguintes dizeres: A noiva escolheu a cor do vestido inspirada na Daslu? Não, minha gente. O branco é inspirado nas palavras do rei Davi, no Antigo Testamento, num momento de arrependimento: "Deus, tira de mim o meu pecado, lava-me e ficarei mais branco que a neve". Branco, portanto, é pureza. Mas não no sentido que vocês estão pensando, essas bobagens de virgindade. Ele representa a pureza do sentimento que aproximou esses noivos há três anos e onze meses (...) Cada um de vocês é testemunha dessa pureza."
Pois bem, a "bobagem da virgindade". A "bobagem" de um preceito da Palavra de Deus. Da mesma forma, conteúdos básicos das Escrituras teem sido reputados por bobagens. A "bobagem" da fidelidade matrimonial, a "bobagem" do pecado, a "bobagem" da realidade do inferno, a "bobagem" da santificação.
Falar de um Deus que é SANTO que requer que todos aqueles que dele se aproximam venham a fazê-lo em santidade não enche igrejas. Não atrai aqueles que são -e quanto menos os que não são- "amigos" do evangelho. Falar das coisas de Deus não é atrativo, pelo contrário, afasta.
Levados pela modernidade, muitos líderes espirituais tem seguido essa idéia. Deixam de falar dessas "bobagens" arcaicas e anunciam um novo evangelho. Não o evangelho puro e simples das Escrituras, mas o evangelho do gosto do povo, o evangelho personalizado: cada um segue e crê no que melhor se ajusta à sua visão e conduta de vida. E nessa brincadeira, o temor a Deus, a reverência pelas coisas do alto, a seriedade exigida na comunhão com Deus é omitida intencionalmente.
Não precisamos, amados irmãos que comungam na mesma denominação que eu, ir tão longe. Certa vez visitando uma igreja da nossa denominação na cidade de Maceió tive uma das maiores decepções destes 16 anos de fé cristã que tenho. Além do sermão ter sido um dos piores que ouvi, sem nexo, sem idéia central, confuso, etc, ao final do culto, após a Ceia do Senhor, o pastor virou-se para o grupo de louvor e disse literalmente: toquem qualquer bobeirinha aí pra gente encerrar o culto! Sinceramente não sabia o que fazer: não sabia se chorava, não sabia se confrontava aquele indivíduo por sua atitude, não sabia se corria de vergonha -pois naquele dia havia levado um visitante à igreja-.
O que tem acontecido? As verdades de Deus agora são bobagens? A liturgia do culto, que também é adoração a Deus, pode satisfatoriamente ser completada acrescendo-se uma bobeirinha qualquer? Ai de nós! Ai de nós! Vai chegar o dia em que o Santo dos Santos vai novamente tocar a terra, e, certamente, aqueles que profanaram a santidade de sua Palavra e de seu santuário (entenda-se aqui sua igreja) vão perecer! Cabe a nós lutar para manter o pouco que resta de temor a Deus e conduzir o povo de forma consciente sobre esse temer ao Senhor, mostrando que Deus não é uma bobagem qualquer e que seu santo caráter e santa palavra também não o são. Que Deus tenha piedade de nós.
Oração: Senhor, tende piedade de nós. Afasta de teu povo tua ira, afasta de nós os lobos e falsos profetas que deturpam a tua verdade e falam de mentiras de seu próprio coração como se procedessem do alto. Guarda, Senhor, tua igreja. Por Cristo Jesus, Amém.
Salmos do dia: 102-105

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Vós que Amais o Senhor, detestai o mal

Vós que Amais o Senhor, detestai o mal
Sl 97.10a
Amar a Deus, obedecer, buscar e seguir sua justiça não é uma simples opção, não é uma mera alternativa para aqueles que são chamados pelo Altíssimo para a salvação, é sim dever.
Por vezes encontramos o doentio conceito de que se pode seguir a Deus e dar curso à vida de uma forma "normal" (segiuindo o livre curso deste mundo), como sempre foi, e ainda assim caminhar em paz com Ele.
O salmista nos exorta aqui que aqueles que vem professar amor ao Senhor devem aborrecer o mal. O aborrecer o mal aqui não é somente o detestar, o afastar do pecado (como em diversos lugares a Escritura nos exorta, citando Paulo: "Afaste-se da iniquidade todo aquele que confessa o Nome do Senhor." IITm 2.19) mas também entender que o responder de forma má às agressões e provocações daqueles que não temem ao Senhor deve ser algo do que se foge!
O amor a Deus deve ser evidenciado numa prática constante de seus mandamentos. Não existe cristianismo sem obediência, não existe fé salvífica sem obediência, não existe salvação sem obediência. Este obedecer evidencia-se no abominar, detestar o mal, algo que muito bem se define no obedecer às Leis de Deus.
O próprio apóstolo João em sua primeira epístola, ao falar de obediência afirma: "Se dissermos que temos comunhão com Ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade" I João 1.6, logo, é impossível servir a Deus e amar (praticar, se achegar, viver) a maldade.
Quem ama a Deus obedece. Quem ama a Deus repudia o mal. Quem ama a Deus busca sua verdade. Quem ama a Deus quer Deus!
Oração: Dá-me, Senhor, horror ao mal. Dá-me, Senhor, amor à tua santa verdade e paixão por todas as coisas que concernem a Ti, oh Altissimo. Que por teu favor e misericórdia seja eu um servo que verdadeiramente teme teu santo nome. Por Cristo Jesus, amém.
Salmos do Dia: 95-101

Sexta Semana da Páscoa

Domingo – 17/05 At 10:44-48; Sl 98; 1 Jo 2:1-6 ; Jo 15:9-17

Segunda – 18/05
Salmo 80
Salmo 77, [79]
Deuteronômio 8:1-10
Tiago 1:1-15
Lucas 9:18-27

Terça – 19/05
Salmo 78:1-39
Salmo 78:40-72
Deuteronômio 8:11-20
Tiago 1:16-27
Lucas 11:1-13

- Quarta – 20/05
Salmo 119:97-120
Salmo 68:1-20
2 Reis 2:1-15
Tiago 5:13-18/ Apocalipse 5:1-14
Lucas 12:22-31

Ascensão do Senhor – Quinta - 21/05
At 1:1-11 ou Is 33:13-17,22;

Sl 113;

Cl 3:1-11;

Jo 14:1-12

Sexta – 22/05
Salmo 85, 86
Salmo 91, 92
Ezequiel 1:28-3:3
Hebreus 4:14-5:6
Lucas 9:28-36

Sábado – 23/05
Salmo 87, 90
Salmo 136
Ezequiel 3:4-17
Hebreus 5:7-14
Lucas 9:37-50

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Vivendo o sobrenatural

E riram-se dele, sabendo que a menina estava morta. Lc 8.53

No capítulo 8 de Lucas vemos o agir do Messias interferindo no mundo natural e sobrenatural: tempestade é acalmada, demônios são expulsos, enfermidade é curada e a morte é revertida. Todos estes fatos nos são apresentados logo após Cristo discorrer em parábola acerca da fé, tanto a que produz fruto quanto aquela que verdadeiramente faz de alguém filho (família) de Deus.
Interessantemente, após abordar o tema da fé sob alguns aspectos, seguem-se os fatos da narrativa do evangelista: elementos naturais se submetem à voz do Verbo criador -e Ele, levantando-se, repreendeu a fúria do vento e do mar e fez-se bonança. E disse-lhes: onde está a vossa fé? E disseram entre si: quem é este que os ventos e a água lhe obedecem? a mulher hemorrágica é curada -vai, a tua fé te salvou-, a ressurreição da filha de Jairo - não temas, crê somente e a menina será salva.
A proposta que nos é dada em cada um destes fatos é a de vivermos no sobrenatural. Entenda-se aqui o viver no sobrenatural não como modernamente muitos o fazem, crendo que cada segundo da sua vida deve ser uma interferência do mundo espiritual, que cada palavra sua deve ser muito bem pensada, pois quando emitida interferirá nesse mundo "além" que o rodeia. O sobrenatural que somos convidados a vivenciar como algo plenamente inserido em nossas vidas é aquele no qual Deus intervém sempre, segundo seus santos propósitos. É o mundo de Deus, a história de Deus, o 'onde' o Senhor opera para a concretização de seus puríssimos desígnios.
Muito mais que uma interferência para satisfação de desejos ou necessidades particulares, muito mais que interferências que supostamente dependem absolutamente da existência de um mínimo de fé para que alterem a ordem deste mundo, o sobrenatural de Deus manifesta-se para sua glória, para deixar claro quem Ele é: o Senhor do mundo criado, o Senhor da salvação, o Senhor da vida e da morte, o Senhor de tudos e todos.
Vivenciar o sobrenatural de Deus é entender que Ele, segundo seu perfeito desígnio, interfere nesta terra, em nossas vidas, em tudo e todos, para o bem do seu querer e cuidado de seus santos.
Os que não compreendiam o poder de Deus, não tinham a compreensão de sua ação espiritual na obra criada riram das palavras de Cristo, porém aqueles para quem o milagre estava reservado tiveram suas vidas e histórias transformadas. Aqueles para quem o sobrenatural se fez presente, experimentaram a presença de Deus em suas histórias: libertação do poder escravizador do diabo, socorro dos elementos naturais, a cura da opressão da enfermidade, a recuperação das amarras da morte.
Vivamos plenamente o sobrenatural de Deus, sabendo que para sua glória e para o nosso bem Ele interfere em nossas vidas e nos revela sua graça.
Oração: Dá-me, Deus de misericórida, a plena convicçao de que tu és o Senhor de minha história, de que nela ages para o bem de tua santa vontade e para confirmar o teu cuidado para com teu povo. Por Cristo Jesus, nosso Senhor, amém.
Leitura do dia: Salmo 106.1-48, Isaías 66.1-4, Romanos 14.13-23, Lucas 8.40-56.
Tábua de Salmos do dia: Salmo 79-85
Observação: As leituras aqui indicadas seguem o Lecionário Diário, parte do Livro de Oração Comum.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

O Temor do Senhor no Lar

O que ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais, não o encobriremos a seus filhos; contaremos à vindoura geração os louvores do SENHOR, e o seu poder, e as maravilhas que fez.
Salmo 78.3,4

Na IPB, comumente, o mês de Maio é chamado o “mês do lar”. São trinta dias em que enfatizamos a vida comum, orientamos acerca do temor do Senhor nas famílias, buscamos crescer e amadurecer naquilo que a Escritura ensina sobre a vida em comum.
De tantos temas que abordamos, algo que sempre procuramos enfatizar em nossa comunidade local é o trato, o papel do pai como o pastor de sua casa.
Hoje curso pedagogia, e, algo que sempre ouço dentro da sala de aula e, já há muito ouço de profissionais da educação é que “educação se dá em casa”, ou seja, ser uma pessoa educada, de bom trato, que saiba se relacionar socialmente, tudo isso deve ser algo ensinado pelos pais, e não pelos educadores. Isso afirmam justamente por uma inversão de valores, onde os próprios pais acreditam –erroneamente- ser dever da escola fazer de seu filho um bom filho, um bom cidadão.
Não diferentemente acredito que essa é uma visão partilhada por muitos crentes hoje, não no que diz respeito à educação secular de seus filhos somente, mas também –talvez principalmente- a educação espiritual destes. Pais e mães acreditam que na igreja é que seus filhos aprenderão sobre Deus, na igreja é que o caráter cristão de seus filhos será formado. Assim, da mesma forma que entregam seus rebentos para serem alfabetizados nos colégios, os entregam também para serem espiritualmente instruídos por aqueles que são encarregados do cuidado da casa de Deus, e, da mesma forma que tiram de seus ombros o peso de formar bons cidadãos –entregando essa responsabilidade aos educadores- tiram também o peso de formar crentes em seus lares outorgando essa tarefa exclusivamente aos líderes espirituais.
Isso é mau, doentio e anti-bíblico. A tarefa de formar espiritualmente, de evangelizar, de pastorear os filhos é dos pais, mais especificamente do pai, que é o pastor do lar. Por essa omissão muitos lares sofrem. Por essa omissão não são poucos os filhos que crescem sem Cristo em suas vidas.
No texto proposto logo no início o salmista ensina que aquilo que conhecem de Deus não deixarão encoberto, não se calarão quanto as coisas do Senhor, pois é ordem Sua: Ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e instituiu uma lei em Israel, e ordenou a nossos pais que os transmitissem a seus filhos, a fim de que a nova geração os conhecesse, filhos que ainda hão de nascer se levantassem e por sua vez os referissem aos seus descendentes; para que pusessem em Deus a sua confiança e não se esquecessem dos feitos de Deus, mas lhe observassem os mandamentos; e que não fossem, como seus pais, geração obstinada e rebelde, geração de coração inconstante, e cujo espírito não foi fiel a Deus.
No decorrer do hino, o salmista recorda os feitos de Deus, relembra as fabulosas operações do Altíssimo e mostra que mesmo testemunhando o agir de Deus, o povo se mantinha longe. O proclamar dos feitos de Deus tinha um objetivo: por em Deus sua confiança e que não se esquecessem de Senhor, que observassem os mandamentos de Deus e não andassem no erro como aqueles que vieram antes deles – dos descendentes-.
Quando pais se omitem no cumprimento dessa santa tarefa, outorgando-a aos seus lideres espirituais e se dão por satisfeitos, como que tendo cumprido seu dever, pecam, erram e acabam por afastar seus filhos do caminho do Senhor. O salmista aponta na sua descrição dos santos feitos de Deus que, mesmo tendo contemplado o agir de Deus, aquela geração adúltera, pecadora, não andava no temor do Senhor. Agora, argüimos: como poderão andar na piedade aqueles que não possuem conhecimento se os que contemplaram não andaram? Os progenitores contemplam seus filhos cada vez mais longe da salvação e não compreendem a razão, não identificam a solução do problema, não conseguem mensurar que a causa é a falta de pastoreio, do seu próprio pastoreio.
É urgente a necessidade de um despertamento dos lares, dos pais para o pastoreio de seus filhos. Precisamos de pais que orem com seus filhos, de pais que leiam as escrituras, que meditem, que testemunhem àqueles que Deus lhes deu sobre o que é verdadeiramente servir ao Altíssimo. Carece que se abandone já esse maldito hábito que transfere a responsabilidade sobre a vida dos filhos para terceiros. Pastor de filhos de crentes são seus pais crentes, antes de qualquer um!
Oração: Senhor Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Tu que por doce e santa graça nos fizeste teus filhos através do Unigênito, ensina-nos a pastorear o coração daqueles que deste-nos por herança. Dá, oh Deus, que sejamos bons pastores, que lhes ensinemos acerca do temor do Senhor, que vejam em nós a vida de piedade que devem levar pelo resto dos dias que o Senhor lhes conceder, e que no tempo oportuno tu venhas a trazer a salvação a seus corações. Por Cristo Jesus nosso Senhor, amém.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Do Senhor é o nosso fardo!

Bendito seja o Senhor que, dia a dia, leva o nosso fardo! Deus é a nossa salvação! Sl 68.19

Tenho a graça de seguir a leitura diária dos Salmos usando a tábua do Lecionário de Oração Comum. Não curiosamente, no dia de hoje, pude meditar nos dizeres do Salmo 68.19, que, sem sombra de dúvida, assim como toda a Escritura, é consolo para a alma.
Por demais nos sentimos oprimidos com nossos fardos, sejam eles o peso do pecado, a dor da separação de pessoas que amamos, queridos que partem para morar com o Senhor, decepções, qualquer outra coisa que ao vivermos, vem a criar um aperto no peito.
A dor é nossa companheira constante. Seja por buscar uma vida de piedade real -afinal, aquele que quer viver piedosamente será perseguido-, seja por não nos contentarmos com a verdade desse mundo que nos cerca e vive imerso na morte e no pecado. Por demais nos traímos quanto ao que conhecemos e deixamos de lado a oportunidade de viver a paz e tentamos carregar as dificuldades com nossas próprias forças. Dessa forma, sofremos desnecessariamente. Nos ferimos, perdemos a visão do cuidado de Deus, adoecemos de corpo e mente.
Seria saudável a cada manhã recitarmos os dizeres do salmo citado: Bendito seja o Senhor que, dia a dia, leva o nosso fardo! Do Senhor é a Salvação. E, assim, buscar viver essa verdade nesse mundo tão conturbado.
Oração: Senhor bendito, Deus de graça e misericórdia, Tu que em teu Filho amado Jesus Cristo carregaste o fardo de meu pecado e de sobre mim removeste a condenação à perdição eterna, vem nesta hora fortalecer e conformtar minh´alma com a realidade de teu cuidado. Que possa eu saber em todo o tempo que sobre mim repousa teu cuidado, tua paz e salvação. Livra-me, santo Senhor, de querer sozinho carregar o peso que não posso suportar e seja eu confortado com a realidade de que esse peso quem o leva é o Senhor. Por Cristo Jesus, meu Senhor, amém.