segunda-feira, 22 de junho de 2009

DEUS DISCIPLINA. ELE É FIEL

Se os seus filhos desprezarem a minha lei e não andarem nos meus juízos, se violarem os meus preceitos e não guardarem os meus mandamentos, então, punirei com vara as suas transgressões e com açoites, a sua iniqüidade. Mas jamais retirarei dele a minha bondade, nem desmentirei a minha fidelidade. Não violarei a minha aliança, nem modificarei o que os meus lábios proferiram.
Salmo 89. 30-34

O Salmo 89 nos chama a atenção por diversos motivos, convém, porém, abordar apenas um deles aqui: faz referência ao cuidado de Deus para com aqueles que são seus, que desfrutam de suas promessas.
O escritor o inicia bendizendo a Deus e exaltando-o por sua grandeza e fidelidade, até o ponto que se volta para uma situação mais particular: faz referência à eleição de Davi, por parte do Senhor, bem como de sua posteridade, como uma espécie de introdução ao clamor pelo socorro de Deus que fará logo a seguir, na terça parte final do salmo.
Devemos olhar para as palavras de Deus ali registradas: referem-se à sublime verdade: Deus não retira sua graça, não anula sua promessa, não volta atrás na aliança feita com seus servos; porém isso não invalida seu cuidado disciplinador para com aqueles que são dele.
Muitos cristãos não conseguem associar a vida cristã à disciplina de Deus. Falamos sobre tudo, quanto à graça, pouco, e, menos ainda sobre juízo de Deus. O Senhor traz juízo não só sobre os iníquos. O Senhor traz juízo também sobre os seus. A diferença é que para um, na maioria das vezes é condenatório, para outro, sempre aperfeiçoador.
Devemos entender que Deus cura a alma do pecador, que o Senhor o traz para mais próximo de si, muitas vezes, com ações disciplinadoras. A própria Escritura registra: "Disciplino e repreendo a todos quanto amo."
É importante observar o texto colocado acima: "trarei juízo, trarei vara, mas jamais retirarei minha bondade, nem desmentirei a minha fidelidade..." A disciplina de Deus é fruto de seu amor. Se não andamos justa e retamente, o Senhor nos trará novamente para junto de Si, como fruto de misericórdia e graça por nossas vidas, ainda que o instrumento seja a vara, a disciplina.
Se necessário for, que venha a correção do alto e que permaneça sobre nós a sua bondade e fidelidade, para que continuemos a caminhar cada vez mais junto à cruz de Cristo.
Oração: Pai, dá-me entendimento para compreender a correção de tua mão, para que não continue andando no erro, mesmo afligido pela dor. Que quando tua vara pesar sobre mim, possa eu retomar o santo caminho do Senhor e amar esse teu santo cuidado para comigo. Por Cristo Jesus nosso Senhor, amém.
Texto do Dia: Segunda – 22/06: Salmo 89:1-18 / Salmo 89:19-52 / 1 Samuel 5:1-12 / Atos 5:12-26 / Lucas 21:29-36

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Uns dias fora

Estarei fora uns dias, por isso, nao poderei postar.
Geison Pimentel
Nunca me esquecerei dos teus preceitos, visto que por eles me tens dado vida.

sábado, 6 de junho de 2009

DOMINGO DA SANTISSIMA TRINDADE

Somos uma igreja confessional, ou seja, por confessional entende-se que é aquele que sempre confessa aquilo que crê. Nesse sentido, todas as igrejas, bem como todos os crentes, são “confessionais”; isto é, formulam uma “confissão de fé”, geralmente verbal, todas as vezes que afirmam crer ou não crer em determinados princípios.
Nossa confessionalidade está expressa em nossos símbolos de fé: Catecismo Menor, Catecismo Menor e a Confissão de Fé de Westminster.
Além do mais, incluí também após a explanação sobre trindade, os três credos comumente aceitos pelas igrejas reformadas: credo apostólico, niceno e atanasiano.
Como confessionais, professamos receber, crer e ensinar a doutrina da Santíssima Trindade, que pregamos, ensinamos e neste dia celebramos.
Desejo abençoar a todos que de alguma forma acompanham esse blog com uma pequena exposição acerca da doutrina da Trindade, feita por Packer, bem como com um vídeo de um dos nossos tão tradicionais hinos: Santíssima Trindade (título que ganhou em português) e um curto vídeo de um trecho do catecismo menor: Questão 6: Quantas pessoas há na divindade? Há três pessoas na divindade: O Pai, O Filho e o Espírito Santo; e estes três são um só Deus, o mesmo em substância, igual em poder e glória.
Que Deus Pai, Filho e Espírito possa enriquecê-los.
Clique nos links para assiti-los

http://www.youtube.com/watch?v=wCIVpsxH888&feature=related&pos=0
http://www.youtube.com/watch?v=AGHW9iU18Ok

TRINDADE

Assim o SENHOR, Rei de Israel, seu redentor; o SENHOR dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e além de mim não há outro Deus.
ISAÍAS 44.6

O Antigo Testamento insiste constantemente em que há somente um Deus, o auto-revelado Criador, que deve ser adorado e amado com exclusividade (Dt 6.4, 5; Is 44.6-45.25). O Novo Testamento confirma essa afirmação (Mc 12.29, 30; 1Co 8.4; Ef 4.6; 1Tm 2.5), porém fala de três agentes pessoais, Pai, Filho e Espírito Santo, que operam juntos em forma de equipe para efetivar a salvação (Rm 8; Ef 1.3-14; 2Ts 2.13, 14; 1Pe 1.2). A formulação histórica da Trindade (derivada da palavra latina trinitas) procura circunscrever e salvaguardar esse mistério (não explaná-lo, pois ele está além de nossa compreensão), e nos confronta com aquilo que talvez seja a mais difícil noção que a mente humana já teve de assimilar. Ela náo é fácil, mas é verdadeira.
A doutrina se origina dos fatos que os historiadores do Novo Testamento relatam e do ensino revelatório que, humanamente falando, decorreu desses fatos. Jesus, que orou a seu Pai e ensinou seus discípulos a fazerem o mesmo, convenceu-os de que ele era pessoalmente divino, e de que a crença em sua divindade e na atitude de dedicar-lhe adoração e oração é básica à fé neotestamentária (Jo 20.28-31; cf. 1.18; At 7.59; Rm 9.5, 10. 9-13; 2Co 12.7-9; Fp 2.5, 6; Cl 1.15-17, 1.9; Hb 1.1-12; 1Pe 3.15). Jesus prometeu enviar outro Parácleto (ele mesmo era o primeiro), e Parácleto significa um ministério pessoal multiforme, como conselheiro, advogado, ajudador, confortador, aliado, sustentador (Jo 14.16, 17, 26; 15.26, 27; 16.7-15). Esse outro Parácleto, que veio no Pentecostes para cumprir esse ministério prometido, era o Espírito Santo, reconhecido desde o início como uma terceira pessoa divina: mentir a ele, diz Pedro depois do Pentecostes, é mentir a Deus (At 5.3,4).
Assim, Cristo prescreveu o batismo em nome (singular: um Deus, um nome) do Pai e do Filho e do Espírito Santo - as três pessoas que são um Deus, a quem os cristãos se submetem ((Mt 28.19). Portanto, encontramos as três pessoas no relato do próprio batismo de Jesus: o Pai reconheceu o Filho, o Espírito mostrou sua presença na vida e no ministério do Filho (Mc 1.9-11). É assim que lemos a bênção trinitária de 2coríntios 13.14, e a oração por graça e paz do Pai, Espírito e Jesus Cristo em Apocalipse 1.4, 5 (teria João colocado o Espírito entre Pai e o Filho, se não reconhecesse o Espírito como divino no mesmo sentido em que eles são?). Esses são alguns dos mais notáveis exemplos da perspectiva e ênfase trinitárias do Novo Testamento. Embora a linguagem técnica do trinitarianismo não seja aí encontrada, a fé e o pensamento trinitários estão presentes através de suas páginas, e, nesse sentido, a Trindade deve ser reconhecida como doutrina bíblica: uma eterna verdade a respeito de Deus, que, embora não seja explícita no Antigo Testamento, é clara e marcante no Novo.
(continua)
Leitura do dia: Santíssima Trindade – 07/06 – Is 6:1-8; Sl 29; Rm 8:12-17; Jo 3:1-17

continuação

A afirmação básica dessa doutrina é que a unidade de Deus é complexa. As três "subsistências" pessoais (como são chamadas) são centro co-iguais e co-eternos de autocosciência, cada qual sedo "eu" em relação aos dois que são "vós", e cada qual participando da plena essência divina (a "substância" da Deidade, se assim podemos chamá-la) juntamente com os outros dois. Eles não são três papéis representados por uma pessoa (o que seria modalismo), nem são três deuses agrupados (o que seria triteísmo); o Deus ("ele") é, igualmente, "eles", e "eles" estão sempre juntos e sempre cooperando, com o Pai iniciando, o Filho aquiescendo e o Espírito executando a vontade de ambos, que também é a sua. Essa é a verdade acerca de Deus, a qual foiii revelada através das palavras e obras de Jesus, e que dá suporte à realidade da salvação à medida que o Novo Testamento a expõe.
A importância prática da doutrina da Trindade é que ela requer que demos igual atenção e igual honra às três pessoas na unidade de seu gracioso ministério para conosco. Esse ministério é o ponto central do evangelho, que, como demonstra a conversa de Jesus com Nicodemos, não pode ser declarado sem incluir seus diferentes papéis no plano da graça de Deus (Jo 3.1-15; notem-se especialmente os vv 3, 5-8, 13-15, bem como os comentários expositivos de João, que a NIV traduz como parte da própria conversação, vv. 16-21). Todas as formulações não-trinitárias da mensagem cristã são, pelos padrões bíblicos, inadequadas e, de fato, fundamentalmente falsas, tendendo naturalmente a deformar a vida cristã.
J. I. Packer - Teologia Concisa - Trindade - pg 45, 46 - Ed. Cultura Cristã.
Leituras do dia: Sábado – 06/06: Salmo 55; Salmo 138, 139:1-17 (18-23); Deuteronômio 29:2-15; 2 Coríntios 9:1-15; Lucas 18:15-30

sexta-feira, 5 de junho de 2009

CREDO APOSTÓLICO

Creio em Deus Pai, todo-poderoso, Criador do céu e da terra.

E em Jesus Cristo, seu unigênito Filho, nosso Senhor; o qual foi concebido pelo Espírito Santo, nasceu da virgem Maria; padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu ao inferno; ao terceiro dia ressurgiu dos mortos; subiu ao céu e está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso; donde há de vir para julgar os vivos e os mortos.

Creio no Espírito Santo; na santa Igreja de Cristo, a comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição da carne; e na vida eterna.

CREDO ATANASIANO

  1. Aquele que quiser ser salvo, antes de tudo deve manter a verdadeira fé cristã.
  2. Quem não a conservar na íntegra e inalterada, sem dúvida perecerá eternamente.
  3. Ora, a verdadeira fé cristã é esta: que honremos um só Deus na Trindade e a Trindade na unidade.
  4. Sem confundir as Pessoas ou dividir a substância.
  5. Pois uma é a Pessoa do Pai, outra a do Filho e outra a do Espírito Santo.
  6. Mas uma só é a Divindade do Pai e do Filho e do Espírito Santo, iguais em glória e da mesma majestade eterna.
  7. Qual o Pai, tal o Filho e tal o Espírito Santo.
  8. O Pai é incriado, o Filho é incriado, o Espírito Santo é incriado.
  9. O Pai é incomensurável, o Filho é incomensurável, o Espírito Santo é incomensurável.
  10. O Pai é eterno, o Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno.
  11. Contudo não são três eternos, mas um só Eterno.
  12. Como também não são três incriados, nem três incomensuráveis, mas um só Incriado e um só Incomensurável.
  13. Da mesma maneira, o Pai é todo-poderoso, o Filho é todo-poderoso, o Espírito Santo é todo-poderoso.
  14. Contudo não são três todo-poderosos, mas um só Todo-poderoso.
  15. Assim, o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus.
  16. Contudo não são três Deuses, mas um só Deus.
  17. Assim, o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, o Espírito Santo é Senhor.
  18. Contudo não são três Senhores, mas um só Senhor.
  19. Pois, assim como pela verdade cristã somos obrigados a confessar cada Pessoa em particular como sendo Deus e Senhor, assim somos proibidos pela fé cristã de falar de três Deuses ou Senhores.
  20. O Pai por ninguém foi feito, nem criado, nem gerado.
  21. O Filho não foi feito, nem criado, mas gerado, somente pelo Pai.
  22. O Espírito Santo não foi feito, nem criado, nem gerado pelo Pai e pelo Filho, mas procede dEles.
  23. Logo, um só Pai, não três Pais, um só Filho, não três Filhos, um só Espírito Santo, não três Espíritos Santos.
  24. E nesta Trindade nada é anterior ou posterior, nada maior ou menor, mas todas as três Pessoas são juntamente eternas e iguais entre si.
  25. De modo que, como acima já foi dito, em tudo deve ser honrada a Trindade na unidade e a unidade na Trindade.
  26. Portanto, quem quiser ser salvo, deve pensar assim da Trindade.
  27. Entretanto, é necessário para a eterna salvação que creia também fielmente na encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo.
  28. Logo, a fé correta é que creiamos e confessemos, que nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, é Deus tanto quanto homem.
  29. É Deus da substância do Pai, gerado antes dos tempos, e homem da substância de sua mãe, nascido no tempo.
  30. Plenamente Deus, plenamente homem, subsistindo em alma racional e carne humana.
  31. Igual ao Pai segundo a sua divindade, menor do que o Pai segundo a sua humanidade.
  32. Embora sendo Deus e homem, nem por isso é dois, mas um só Cristo.
  33. Um só, porém, não porque a divindade se converteu em carne, mas porque Deus assumiu a humanidade.
  34. Um só, não por fusão de substâncias, mas por unidade de pessoa.
  35. Pois, assim como alma racional e carne são um só homem, assim Deus e homem é um só Cristo.
  36. O qual padeceu pela nossa salvação, desceu ao inferno, ao terceiro dia ressurgiu dos mortos,
  37. Subiu ao céu, está sentado à direita do Pai, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos.
  38. E na sua vinda, todos os homens devem ressuscitar com os seus corpos e dar contas dos seus próprios atos.
  39. E aqueles que fizeram o bem, irão para a vida eterna, os que fizeram o mal, para o fogo eterno.
  40. Esta é a verdadeira fé cristã, e quem não nela crer com fidelidade e firmeza, não poderá ser salvo.

CREDO NICENO

Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas, visíveis e invisíveis.

E em um só Senhor Jesus Cristo, o unigênito Filho de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos, Deus de Deus, Luz de Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, nascido, não criado, de uma só substância com o Pai, por quem todas as coisas foram feitas; o qual por nós homens e pela nossa salvação desceu do céu e se fez carne pelo Espírito Santo na virgem Maria e se fez homem, e foi crucificado por nós sob Pôncio Pilatos, padeceu e foi sepultado, e ao terceiro dia ressuscitou, segundo as Escrituras, e subiu ao céu e está sentado à direita do Pai, e virá novamente com glória para julgar os vivos e os mortos, e o seu reino não terá fim.

E no Espírito Santo, que é Senhor e Vivificador, o qual procede do Pai e do Filho, que juntamente com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, que falou pelos profetas. E em uma só santa Igreja universal e apostólica.

Confesso um só batismo para remissão dos pecados.

Espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo vindouro.

Amém.

PARA NÃO SE ESQUECER

Então, testificarás perante o SENHOR, teu Deus, e dirás...
Deuteronômio 26.5

Gosto muito do Antigo Testamento. Gostaria, se tivesse oportunidade, de especializar-me na área. Lembro-me que no seminário, apesar dos pesares, amava as aulas de hebraico e de Teologia do Antigo Testamento.
Dentre as muitas características particulares vétero-testamentárias, uma das que mais chamam minha atenção é a persistência pedagógica de Deus para com o povo naquilo que se refere ao conhecimento de Si.
Enfaticamente no Pentateuco e no livro dos Salmos vemos ordens para não nos esquecermos de Deus e de seus feitos, exercícios de sempre trazer-se à memória as obras de Deus e sua natureza; rememoração de sua fidelidade e seus feitos na história de seu povo. Assim o vemos na celebração da páscoa -conforme toda orientação que é dada no pentateuco-, a celebração da Festa das Semanas, o Dia da Purificação, etc. Tudo visava trazer à memória do povo quem eles eram, o que são e quem Deus é e o que Ele fez. Isto se repete por todo Antigo Testamento. Aparece nos proféticos, seja no pronunciamento de juízo ou promessa da graça de Deus, onde o povo é chamado a olhar e ver Deus na sua história, seja numa aplicação consoladora para o povo que sofria sob opressão dos povos ao redor.
O texto apresentado logo no início toca mais um "exercício" destes. É um ato piedoso: o oferecer a oferta do primeiro fruto colhido na terra que o povo haveria de possuir. A ordem é clara: ao apresentar-se ao sacerdote, após depositar sua oferta diante do altar, o crente hebreu deveria dizer as seguintes palavras, rememorando o que Deus fizera por seu povo:
"Então, testificarás perante o SENHOR, teu Deus, e dirás: Arameu prestes a perecer foi meu pai, e desceu para o Egito, e ali viveu como estrangeiro com pouca gente; e ali veio a ser nação grande, forte e numerosa. Mas os egípcios nos maltrataram, e afligiram, e nos impuseram dura servidão. Clamamos ao SENHOR, Deus de nossos pais; e o SENHOR ouviu a nossa voz e atentou para a nossa angústia, para o nosso trabalho e para a nossa opressão; e o SENHOR nos tirou do Egito com poderosa mão, e com braço estendido, e com grande espanto, e com sinais, e com milagres; e nos trouxe a este lugar e nos deu esta terra, terra que mana leite e mel."
O que vemos aqui? A orientação de que o ofertante deveria não somente trazer à memória -fato óbvio ao se declarar algo-, como também proclamar e reconhecer Deus em toda sua história, desde o seu mais profundo nascedouro: arameu foi meu pai... Ele voltaria ali até Abraão e de forma resumida anunciaria os feitos de Deus até seus dias atuais, naquele momento em que a promessa de Deus a seu pai arameu se fazia palpável, testemunhada pela oferta depositada diante do altar.
Essa persistência didática do Velho Testamento, óbvio, tem razão de ser. O povo era sepre exortado a se lembrar do que Deus fez, de sua fidelidade. Qual a razão? A rapidez com a qual o homem se olvida de Deus e do que Ele fez. Se assim não o fosse, não haveria razão para tanta insistência.
No que pecamos hoje? Pecamos em nos esquecer do que Deus fez. Sofremos aflições e não nos recordamos que Deus nos socorreu em todas as que hoje fazem parte de nosso passado. Pouco rememoramos nossa história da salvação! Menos ainda a anunciamos a nossos filhos. Pecamos por omitir, nos abstermos dessa santa didática. É fato: mais rápido do que qualquer outra coisa, nossa mente decaída sofre uma "perda de memória", uma "amnésia" das coisas que o Altíssimo operou por nós.
Que fazer? Trazer à memória os feitos de Deus em nossa história, para que dEle não nos esqueçamos.
Oração: Faze, Senhor, sempre viva em minha memória e coração tudo o que fizeste em minha vida. Não permita, Deus de graça, que me esqueça do que era e do que sou hoje, na graça de Jesus Cristo. Por teu filho amado, amém.
Leituras do dia:

Sexta – 05/06: Salmo 40, 54, Salmo 51, Deuteronômio 26:1-11, 2 Coríntios 8:16-24, Lucas 18:9-14

Salmos do dia: 30-34

quinta-feira, 4 de junho de 2009

DO SABER E DO PRATICAR

Considerai, pois, nisto, vós que vos esqueceis de Deus
Salmo 50.22

O Salmo 50 é um salmo de julgamento. O texto apresenta Deus convocando terra e céus para trazer seu juízo.
Na primeira metade dos salmos, Jeová chama à sua presença aqueles que com ele fizeram, estabeleceram aliança, os quais chama de seus santos. No decorrer do texto, Israel aparece, como objeto de julgamento de Deus. Parece haver uma diferenciação entre os santos de Deus e Israel (como nação), pois na assembléia de juízo que parece ser aqui constituída, Deus se apresenta contra a nação. Vale notar que o Senhor se posta contra ela não por sua prática religiosa -seus sacrifícios e holocaustos-, pois no final das colocações do Senhor contra Israel, Ele acrescenta: "Oferece a Deus sacrifício de ações de graças e cumpre os teus votos para com o Altíssimo -vs 14". Parece ser uma chamada a reconhecer os feitos de Deus, bem como seu cuidado -sacrifícios de ações de graças- bem com oum chamado para a obediência -cumpre pois os teus votos para com o Altíssimo-. A colocação seguinte é a consequência do adotar desse viver realmente piedoso: "invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei; e tu me glorificarás".
Na continuidade do texto, Deus deixa claro o pecado que está sendo digno de seu juízo: o conhecer -saber- e não praticar! "Mas ao ímpio diz Deus: De que te serve repetires os meus preceitos e teres nos lábios a minha aliança, uma vez que aborreces a disciplina e rejeitas as minhas palavras?" Fica clara a separação: este segundo grupo é chamado de ímpio. Não porque pertencesse a outra nação, não porque era parte do grupo dos "gentios". Era parte sim do povo de Israel -quem é aqui objeto de julgamento-, com a diferenciação que conhecia as leis de Deus mas não as praticava. De que serve conhecer sobre Deus se de Deus rejeita-se as Palavras?
Tal rejeição é apontada não por um confessar aberto de se abominar a Deus e as coisas que a Ele se referem, mas sim pelos atos: "Se vês um ladrão, tu te comprazes nele e aos adúlteros te associas. Soltas a boca para o mal, e a tua língua trama enganos. Sentas-te para falar contra teu irmão e difamas o filho de tua mãe." Não são palavras negativas que rejeitam a Deus. A questão em julgamento são atos que verdadeiramente negam o Altíssimo e seu real conhecimento.
Existe uma grande diferença entre saber e fazer. A Escritura, de capa a capa, disso testemunha. O fato é que saber dissociado de fazer, o conhecer dissociado do praticar tem apenas uma consequência: juízo! Devemos, entretanto, atentar do que fala o restante do texto: "Tens feito estas coisas, e eu me calei; pensavas que eu era teu igual; mas eu te argüirei e porei tudo à tua vista. Considerai, pois, nisto, vós que vos esqueceis de Deus, para que não vos despedace, sem haver quem vos livre. O que me oferece sacrifício de ações de graças, esse me glorificará; e ao que prepara o seu caminho, dar-lhe-ei que veja a salvação de Deus." Deus intima, apresenta o julgamento e oferece sua graça. Chama o objeto de seu juízo a considerar sua realidade e a iminência do julgamento, para que se arrependa antes que de fato as consequências de seus atos sejam sobre si: "Considerai, vos que vos esqueceis de Deus, para que não vos despedace..." ou seja, há tempo para mudar, há tempo para se alcançar a graça.
Sejamos pois sábios, consideremos nossas vidas: há uma dissociação do saber e do praticar? Nossas palavras, nosso conhecer de Deus, são transformadas em atos de piedade? Que Deus tenha piedade de seu povo e que sobre nós repouse sua graça.
Oração: Senhor, tenha misericórdia de mim, pecador. Guarda-me de ter apenas o conhecimento morto, que não redunde em atos de piedade e vida de temor ao Senhor. Que seja eu encontrado entre o número daqueles que a ti oferecem sacrifícios de louvor e que de ti aguardam o socorro em tempo oportuno. Por Cristo Jesus, amém."
Leitura do dia: Quinta – 04/06: Salmo 50, Salmo [59, 60] ou 8, 84, Deuteronômio 16:18-20, 17:14-20, 2 Coríntios 8:1-16, Lucas 18:1-8
Salmos do dia: 24 ao 29

quarta-feira, 3 de junho de 2009

PECADO E CONFISSAO

Quem há que possa discernir as próprias faltas? Absolve-me das que me são ocultas.
Salmo 19.12

Há alguns dias visitei uma igreja de nossa denominação com outro amigo pastor.
Culto iniciado, grupo de louvor à frente, dirigindo a congregação nos cânticos e adoração. Uma liturgia um tanto quanto diferente, sem uma interferência direta do pastor local, algo light, como muitos classificariam.
Em dado momento, o ministro local tomou a frente e pediu que a congregação abrisse suas bíblias em determinado capítulo de gênesis, que, para surpresa minha, a leitura seria feita para a transição do momento de abertura para o instante de recolhimento dos dízimos e ofertas. Isto feito, mais alguns cânticos entoados, pastor à frente, Bíblia lida, pregação, fim de culto.
Alguns fatos me chamaram a atenção: 1- A bíblia, fora no momento da explanação da mensagem, só foi lida quando do recolhimento dos dízimos, numa espécie de justificativa para o que se faria; 2- Não foi cantado nenhum hino, apenas cânticos que estão em alta -que certamente já não serão cantados daqui alguns meses-; 3- O pior de todos os fatos: não houve momento de contrição, não houve momento de confissão de pecados, seja pessoal, seja congregacional.
Findado o culto público, chamei este amigo pastor que me acompanhara, e lhe perguntei se havia percebido que não houvera o momento de contrição. Óbvio que sua resposta foi positiva, mas, isto não lhe causara surpresa nenhuma, pois, após sua resposta afirmativa, acrescentou: ele -referindo-se ao pastor da igreja- disse-me que não seguiria a liturgia tradicional, que iria fazer algo diferente. Acrescento eu aqui, uma preferência por uma liturgia mais light, mais atrativa.
Não haver chamada à adoração, omitir-se leitura e exortações bíblicas, a ausência do pastor na condução litúrgica, tudo isso já é algo extremamente negativo, mas o pior é excluir o momento de confissão de pecados. Não sei se é assim em todos os domingos, mas, mesmo que seja apenas um domingo, isto é inaceitável!
Como oferecer culto a um Deus santo sem antes reconhecer quem verdadeiramente sou e quem verdadeiramente Deus é? Como achegar-se a um Deus santo sem antes santificar-se?
Tal prática é absolutamente reprovável, pois, muitos costumam a praticar a oração de confissão apenas nos cultos, olvidando-se de fazê-la constantemente em seu culto diário particular, agora, quanto pior é deixar de fazê-la também em culto público.
No Salmo 19, o poeta inspirado exalta a Deus por sua Lei bendita e maravilhosa, e mais, a convicção que surge em seu coração ao referir-se de diversas formas aos mandamentos de Deus destacando-lhes diversas características, é a convicção de que não somente é um pecador, mas que também há atos que praticara que ele mesmo desconhecia que eram pecado. Roga então a Deus que aquilo que seu coração desconhece ser algo que contraria a vontade de Deus venha também ser objeto do perdão do Altíssimo.
O pastor que me acompanhou nesta igreja disse algo interessante. Assim afirmou: Geison, para mim pode-se omitir qualquer parte da liturgia -exceto, óbvio, também a pregação da palavra-, exceto a confissão de pecados, a contrição.
Amado (a) leitor (a), isto é a mais pura verdade. Só reconhecemos quem verdadeiramente somos e quem verdadeiramente Deus é quando voltamos nossa atenção pra natureza santa de nosso salvador e nossa natureza carente da graça de Deus para o perdão dos pecados.
Que o Senhor nos guarde de omitirmos tal prática em nossas vidas e que o Senhor olhe para sua seara e derrame graça para que tal prática não venha a ser omitida por ministros, pastores, líderes em nome de uma liturgia mais light, mais aceitável, mais agradável.
Oração: Pai santo e de infinita misericórdia, verdadeiramente sou pecador carente de sua graça, carente de seu perdão. Jamais permita, ó pai de amor, que me olvide de quem verdadeiramente sou e de quem verdadeiramente és! Que a cada minuto me lembre, Senhor, que sou pecador, resgatado sim, mas pecador que carece contiunuamente do seu perdão e favor; e assim, Deus santíssimo, me lance sempre mais e mais dependente em suas santas mãos, para que o louvor e as orações que a Ti oferecer venham a ser aceitáveis. Por isso, Pai, absolve-me das faltas que me são ocultas. Por Cristo Jesus, Senhor e Salvador nosso, amém.