sexta-feira, 24 de julho de 2009

FERIDOS EM NOME DE DEUS

Livro muitisimo comentado e noticiado na mídia evangélica, Feridos em Nome de Deus, da jornalista Marília de Camargo César, foi minha leitura da semana.
Indicado por um amigo muitissimo próximo, encontrei-o por acaso. Em todas as livrarias que procurava, não encontrava. Sempre esgotado. Por acaso, passando pelo Largo de São Francisco (SP), ao esconder-me da chuva numa livraria ali situada, por curiosidade perguntei se tinham a referida obra. Tinham sim, um último, mas tinham.
Literatura em mãos, passei a "devorá-lo".
É um livro de leitura leve -não tem termos teológicos, não se preocupa com aprofundamento teológico nem polêmicas doutrinárias-. O objetivo inclusive não é este. O fim do escrito é expor casos selecionados de pessoas que, usando o termo empregado pela escritora, sofreram abuso espiritual. Mostra a realidade de cristãos que padeceram nas mãos de lideranças más -fossem essas "lideranças", conscientes disso ou não-. Mostra as consequencias dessa experiência na vida de cada indivíduo e só confirma o fato que tanto se quer negar: é bem mais comum do que se imagina.
A obra vem somente expor a realidade da igreja evangélica moderna. Novas comunidades regidas por um único individuo que guia tudo e todos conforme sua propria vontade. Um pastoreio que coloca os objetivos acima do indiviuo, esmagando o coração de alguém que está ali sinceramente.
O que mais me chama a atenção na obra, e de fato, calou minha boca, foi o fato de a jornalista Marília de Camargo César dedicar 1 capítulo a pastores que também foram feridos espiritualmente. Penultimo capítulo do livro, 1 página antes de chegar ao mesmo, pensava comigo mesmo: "tudo bem, mas tem muito pastor arrebentado por aí. Tem muito pastor que foi moído por uma liderança doente, uma igreja doente, um povo doente...". Voilà, lá estava.
É
um livro que indico. Quem quiser le-lo como obra polemica, desista. Não o é! Ela só faz expor a realidade que tantos apontam e muitos mais ignoram. Leia-o para confirmar aquilo que, acredito, você já sabe: tem muita gente arrebentada por picaretas, que não quer mais saber de Deus, de igreja, da irmandade evangélica... tudo por causa de pasotres miseráveis e salafrários que dizem fazer o que fazem em Nome de Deus, e no nome dele justificam seus atos sujos.
Boa leitura.
Feridos em Nome de Deus.
Marília de Camargo César
Ed. Mundo Cristão

Leitura do dia: Salmo 40, 54 / Salmo 51 / 1 Samuel 31:1-13 / Atos 15:12-21 / Marcos 5:21-43

quinta-feira, 23 de julho de 2009

DEUS É COMO UMA TV...

EU SOU O QUE SOU
EXODO 3.20

No início desta semana enquanto assistia a um programa noturno na rede Band, três apresentadores dialogavam entre si até que um deles lançou a pergunta: "como é Deus pra você?", ao que a resposta foi: "pra mim Deus é como uma TV, energia pura!"
Ok, críticas à parte sobre essa visão de Deus como uma "energia" impessoal, etc etc etc, o que me chamou a atenção é o fato que muitos cristãos inconscientemente tem a mesma visão acerca do SENHOR.
Não digo a mesma visão d´Ele como uma simples energia que a tudo e todos envolve, mas como algo que está ali para atender aos interesses daquele que o possui, que com um simples gesto o muda conforme seu próprio gosto.
O cristianismo moderno com todas suas manias e vícios de um evangelho adaptado ao gosto do cliente tem fixado cada vez mais essa idéia acerca do Altissimo e sua forma de relacionar com seus servos. Deus está à minha disposiçao 24 horas por dia para atender-me em todos meus caprichos. Vejo a face de Deus que me interessa, assim como na TV, se algo não me agrada, mudo de canal; com Deus me volto apenas para aquilo que é conveniente para mim. Ligo e desligo Deus com minha oração da fé, enquadro Deus dentro dos meus interesses e o uso conforme a conveniência. Quando não é de meu interesse, Ele fica ali no canto da sala.
Cada vez mais tem sido subtraída da fé moderna o conceito de Deus como Senhor de tudo e todos, que tudo faz conforme sua vontade. Pregadores, tele-evangelistas, missionários e toda espécie de profetas modernos fixam cada vez mais este conceito, abandonando e esquecendo o fato de que quem manda, quem diz o que é e o que não é e quem dirige o mundo é Deus!
Esse conceito só faz enfatizar o que Adão sonhou e buscou -e consequentemente foi a razão de sua queda- que é o homem ser dono de seu próprio nariz, não tendo que prestar contas a ninguém, antes fazendo sua vontade ser imposta e cumprida em todos seus desejos.
Nem por isso Deus deixa de ser SENHOR, graças a Deus por isso. Mas uma fé sem esse conceito bem enraizado é uma fé doente. É uma fé que questiona quando as coisas não ocorrem da forma como ele próprio "determinou", que questiona porque aquilo que "tomou posse" nunca se fez seu de verdade, e em consequencia os frustrados espiritualmente tem suas fileiras cada vez mais engrossadas.
Entendamos e apliquemos em nossas vidas a verdade que o SENHOR de tudo e de todos é o prório Deus, não o eu, meu ego, minha vontade, muito menos meu mundinho.
Moisés perguntou a Deus quem deveria ele dizer ao povo que o havia enviado, e a resposta de Deus foi curta: o Eu Sou! Aquele que é por si mesmo, que não depende de nada e de ninguem para existir. Pelo contrário, Aquele que por si sustenta e mantém em existência todas as coisas que Ele criou.
Deus não é uma TV para ser controlado conforme minha vontade. Deus é SENHOR e ponto final.
Leitura do dia: Salmo 50 / Salmo [59, 60] ou 66, 67 / 1 Samuel 28:3-20 / Atos 15:1-11 / Marcos 5:1-20

segunda-feira, 22 de junho de 2009

DEUS DISCIPLINA. ELE É FIEL

Se os seus filhos desprezarem a minha lei e não andarem nos meus juízos, se violarem os meus preceitos e não guardarem os meus mandamentos, então, punirei com vara as suas transgressões e com açoites, a sua iniqüidade. Mas jamais retirarei dele a minha bondade, nem desmentirei a minha fidelidade. Não violarei a minha aliança, nem modificarei o que os meus lábios proferiram.
Salmo 89. 30-34

O Salmo 89 nos chama a atenção por diversos motivos, convém, porém, abordar apenas um deles aqui: faz referência ao cuidado de Deus para com aqueles que são seus, que desfrutam de suas promessas.
O escritor o inicia bendizendo a Deus e exaltando-o por sua grandeza e fidelidade, até o ponto que se volta para uma situação mais particular: faz referência à eleição de Davi, por parte do Senhor, bem como de sua posteridade, como uma espécie de introdução ao clamor pelo socorro de Deus que fará logo a seguir, na terça parte final do salmo.
Devemos olhar para as palavras de Deus ali registradas: referem-se à sublime verdade: Deus não retira sua graça, não anula sua promessa, não volta atrás na aliança feita com seus servos; porém isso não invalida seu cuidado disciplinador para com aqueles que são dele.
Muitos cristãos não conseguem associar a vida cristã à disciplina de Deus. Falamos sobre tudo, quanto à graça, pouco, e, menos ainda sobre juízo de Deus. O Senhor traz juízo não só sobre os iníquos. O Senhor traz juízo também sobre os seus. A diferença é que para um, na maioria das vezes é condenatório, para outro, sempre aperfeiçoador.
Devemos entender que Deus cura a alma do pecador, que o Senhor o traz para mais próximo de si, muitas vezes, com ações disciplinadoras. A própria Escritura registra: "Disciplino e repreendo a todos quanto amo."
É importante observar o texto colocado acima: "trarei juízo, trarei vara, mas jamais retirarei minha bondade, nem desmentirei a minha fidelidade..." A disciplina de Deus é fruto de seu amor. Se não andamos justa e retamente, o Senhor nos trará novamente para junto de Si, como fruto de misericórdia e graça por nossas vidas, ainda que o instrumento seja a vara, a disciplina.
Se necessário for, que venha a correção do alto e que permaneça sobre nós a sua bondade e fidelidade, para que continuemos a caminhar cada vez mais junto à cruz de Cristo.
Oração: Pai, dá-me entendimento para compreender a correção de tua mão, para que não continue andando no erro, mesmo afligido pela dor. Que quando tua vara pesar sobre mim, possa eu retomar o santo caminho do Senhor e amar esse teu santo cuidado para comigo. Por Cristo Jesus nosso Senhor, amém.
Texto do Dia: Segunda – 22/06: Salmo 89:1-18 / Salmo 89:19-52 / 1 Samuel 5:1-12 / Atos 5:12-26 / Lucas 21:29-36

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Uns dias fora

Estarei fora uns dias, por isso, nao poderei postar.
Geison Pimentel
Nunca me esquecerei dos teus preceitos, visto que por eles me tens dado vida.

sábado, 6 de junho de 2009

DOMINGO DA SANTISSIMA TRINDADE

Somos uma igreja confessional, ou seja, por confessional entende-se que é aquele que sempre confessa aquilo que crê. Nesse sentido, todas as igrejas, bem como todos os crentes, são “confessionais”; isto é, formulam uma “confissão de fé”, geralmente verbal, todas as vezes que afirmam crer ou não crer em determinados princípios.
Nossa confessionalidade está expressa em nossos símbolos de fé: Catecismo Menor, Catecismo Menor e a Confissão de Fé de Westminster.
Além do mais, incluí também após a explanação sobre trindade, os três credos comumente aceitos pelas igrejas reformadas: credo apostólico, niceno e atanasiano.
Como confessionais, professamos receber, crer e ensinar a doutrina da Santíssima Trindade, que pregamos, ensinamos e neste dia celebramos.
Desejo abençoar a todos que de alguma forma acompanham esse blog com uma pequena exposição acerca da doutrina da Trindade, feita por Packer, bem como com um vídeo de um dos nossos tão tradicionais hinos: Santíssima Trindade (título que ganhou em português) e um curto vídeo de um trecho do catecismo menor: Questão 6: Quantas pessoas há na divindade? Há três pessoas na divindade: O Pai, O Filho e o Espírito Santo; e estes três são um só Deus, o mesmo em substância, igual em poder e glória.
Que Deus Pai, Filho e Espírito possa enriquecê-los.
Clique nos links para assiti-los

http://www.youtube.com/watch?v=wCIVpsxH888&feature=related&pos=0
http://www.youtube.com/watch?v=AGHW9iU18Ok

TRINDADE

Assim o SENHOR, Rei de Israel, seu redentor; o SENHOR dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e além de mim não há outro Deus.
ISAÍAS 44.6

O Antigo Testamento insiste constantemente em que há somente um Deus, o auto-revelado Criador, que deve ser adorado e amado com exclusividade (Dt 6.4, 5; Is 44.6-45.25). O Novo Testamento confirma essa afirmação (Mc 12.29, 30; 1Co 8.4; Ef 4.6; 1Tm 2.5), porém fala de três agentes pessoais, Pai, Filho e Espírito Santo, que operam juntos em forma de equipe para efetivar a salvação (Rm 8; Ef 1.3-14; 2Ts 2.13, 14; 1Pe 1.2). A formulação histórica da Trindade (derivada da palavra latina trinitas) procura circunscrever e salvaguardar esse mistério (não explaná-lo, pois ele está além de nossa compreensão), e nos confronta com aquilo que talvez seja a mais difícil noção que a mente humana já teve de assimilar. Ela náo é fácil, mas é verdadeira.
A doutrina se origina dos fatos que os historiadores do Novo Testamento relatam e do ensino revelatório que, humanamente falando, decorreu desses fatos. Jesus, que orou a seu Pai e ensinou seus discípulos a fazerem o mesmo, convenceu-os de que ele era pessoalmente divino, e de que a crença em sua divindade e na atitude de dedicar-lhe adoração e oração é básica à fé neotestamentária (Jo 20.28-31; cf. 1.18; At 7.59; Rm 9.5, 10. 9-13; 2Co 12.7-9; Fp 2.5, 6; Cl 1.15-17, 1.9; Hb 1.1-12; 1Pe 3.15). Jesus prometeu enviar outro Parácleto (ele mesmo era o primeiro), e Parácleto significa um ministério pessoal multiforme, como conselheiro, advogado, ajudador, confortador, aliado, sustentador (Jo 14.16, 17, 26; 15.26, 27; 16.7-15). Esse outro Parácleto, que veio no Pentecostes para cumprir esse ministério prometido, era o Espírito Santo, reconhecido desde o início como uma terceira pessoa divina: mentir a ele, diz Pedro depois do Pentecostes, é mentir a Deus (At 5.3,4).
Assim, Cristo prescreveu o batismo em nome (singular: um Deus, um nome) do Pai e do Filho e do Espírito Santo - as três pessoas que são um Deus, a quem os cristãos se submetem ((Mt 28.19). Portanto, encontramos as três pessoas no relato do próprio batismo de Jesus: o Pai reconheceu o Filho, o Espírito mostrou sua presença na vida e no ministério do Filho (Mc 1.9-11). É assim que lemos a bênção trinitária de 2coríntios 13.14, e a oração por graça e paz do Pai, Espírito e Jesus Cristo em Apocalipse 1.4, 5 (teria João colocado o Espírito entre Pai e o Filho, se não reconhecesse o Espírito como divino no mesmo sentido em que eles são?). Esses são alguns dos mais notáveis exemplos da perspectiva e ênfase trinitárias do Novo Testamento. Embora a linguagem técnica do trinitarianismo não seja aí encontrada, a fé e o pensamento trinitários estão presentes através de suas páginas, e, nesse sentido, a Trindade deve ser reconhecida como doutrina bíblica: uma eterna verdade a respeito de Deus, que, embora não seja explícita no Antigo Testamento, é clara e marcante no Novo.
(continua)
Leitura do dia: Santíssima Trindade – 07/06 – Is 6:1-8; Sl 29; Rm 8:12-17; Jo 3:1-17

continuação

A afirmação básica dessa doutrina é que a unidade de Deus é complexa. As três "subsistências" pessoais (como são chamadas) são centro co-iguais e co-eternos de autocosciência, cada qual sedo "eu" em relação aos dois que são "vós", e cada qual participando da plena essência divina (a "substância" da Deidade, se assim podemos chamá-la) juntamente com os outros dois. Eles não são três papéis representados por uma pessoa (o que seria modalismo), nem são três deuses agrupados (o que seria triteísmo); o Deus ("ele") é, igualmente, "eles", e "eles" estão sempre juntos e sempre cooperando, com o Pai iniciando, o Filho aquiescendo e o Espírito executando a vontade de ambos, que também é a sua. Essa é a verdade acerca de Deus, a qual foiii revelada através das palavras e obras de Jesus, e que dá suporte à realidade da salvação à medida que o Novo Testamento a expõe.
A importância prática da doutrina da Trindade é que ela requer que demos igual atenção e igual honra às três pessoas na unidade de seu gracioso ministério para conosco. Esse ministério é o ponto central do evangelho, que, como demonstra a conversa de Jesus com Nicodemos, não pode ser declarado sem incluir seus diferentes papéis no plano da graça de Deus (Jo 3.1-15; notem-se especialmente os vv 3, 5-8, 13-15, bem como os comentários expositivos de João, que a NIV traduz como parte da própria conversação, vv. 16-21). Todas as formulações não-trinitárias da mensagem cristã são, pelos padrões bíblicos, inadequadas e, de fato, fundamentalmente falsas, tendendo naturalmente a deformar a vida cristã.
J. I. Packer - Teologia Concisa - Trindade - pg 45, 46 - Ed. Cultura Cristã.
Leituras do dia: Sábado – 06/06: Salmo 55; Salmo 138, 139:1-17 (18-23); Deuteronômio 29:2-15; 2 Coríntios 9:1-15; Lucas 18:15-30