sábado, 6 de junho de 2009

TRINDADE

Assim o SENHOR, Rei de Israel, seu redentor; o SENHOR dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e além de mim não há outro Deus.
ISAÍAS 44.6

O Antigo Testamento insiste constantemente em que há somente um Deus, o auto-revelado Criador, que deve ser adorado e amado com exclusividade (Dt 6.4, 5; Is 44.6-45.25). O Novo Testamento confirma essa afirmação (Mc 12.29, 30; 1Co 8.4; Ef 4.6; 1Tm 2.5), porém fala de três agentes pessoais, Pai, Filho e Espírito Santo, que operam juntos em forma de equipe para efetivar a salvação (Rm 8; Ef 1.3-14; 2Ts 2.13, 14; 1Pe 1.2). A formulação histórica da Trindade (derivada da palavra latina trinitas) procura circunscrever e salvaguardar esse mistério (não explaná-lo, pois ele está além de nossa compreensão), e nos confronta com aquilo que talvez seja a mais difícil noção que a mente humana já teve de assimilar. Ela náo é fácil, mas é verdadeira.
A doutrina se origina dos fatos que os historiadores do Novo Testamento relatam e do ensino revelatório que, humanamente falando, decorreu desses fatos. Jesus, que orou a seu Pai e ensinou seus discípulos a fazerem o mesmo, convenceu-os de que ele era pessoalmente divino, e de que a crença em sua divindade e na atitude de dedicar-lhe adoração e oração é básica à fé neotestamentária (Jo 20.28-31; cf. 1.18; At 7.59; Rm 9.5, 10. 9-13; 2Co 12.7-9; Fp 2.5, 6; Cl 1.15-17, 1.9; Hb 1.1-12; 1Pe 3.15). Jesus prometeu enviar outro Parácleto (ele mesmo era o primeiro), e Parácleto significa um ministério pessoal multiforme, como conselheiro, advogado, ajudador, confortador, aliado, sustentador (Jo 14.16, 17, 26; 15.26, 27; 16.7-15). Esse outro Parácleto, que veio no Pentecostes para cumprir esse ministério prometido, era o Espírito Santo, reconhecido desde o início como uma terceira pessoa divina: mentir a ele, diz Pedro depois do Pentecostes, é mentir a Deus (At 5.3,4).
Assim, Cristo prescreveu o batismo em nome (singular: um Deus, um nome) do Pai e do Filho e do Espírito Santo - as três pessoas que são um Deus, a quem os cristãos se submetem ((Mt 28.19). Portanto, encontramos as três pessoas no relato do próprio batismo de Jesus: o Pai reconheceu o Filho, o Espírito mostrou sua presença na vida e no ministério do Filho (Mc 1.9-11). É assim que lemos a bênção trinitária de 2coríntios 13.14, e a oração por graça e paz do Pai, Espírito e Jesus Cristo em Apocalipse 1.4, 5 (teria João colocado o Espírito entre Pai e o Filho, se não reconhecesse o Espírito como divino no mesmo sentido em que eles são?). Esses são alguns dos mais notáveis exemplos da perspectiva e ênfase trinitárias do Novo Testamento. Embora a linguagem técnica do trinitarianismo não seja aí encontrada, a fé e o pensamento trinitários estão presentes através de suas páginas, e, nesse sentido, a Trindade deve ser reconhecida como doutrina bíblica: uma eterna verdade a respeito de Deus, que, embora não seja explícita no Antigo Testamento, é clara e marcante no Novo.
(continua)
Leitura do dia: Santíssima Trindade – 07/06 – Is 6:1-8; Sl 29; Rm 8:12-17; Jo 3:1-17

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