sexta-feira, 24 de julho de 2009

FERIDOS EM NOME DE DEUS

Livro muitisimo comentado e noticiado na mídia evangélica, Feridos em Nome de Deus, da jornalista Marília de Camargo César, foi minha leitura da semana.
Indicado por um amigo muitissimo próximo, encontrei-o por acaso. Em todas as livrarias que procurava, não encontrava. Sempre esgotado. Por acaso, passando pelo Largo de São Francisco (SP), ao esconder-me da chuva numa livraria ali situada, por curiosidade perguntei se tinham a referida obra. Tinham sim, um último, mas tinham.
Literatura em mãos, passei a "devorá-lo".
É um livro de leitura leve -não tem termos teológicos, não se preocupa com aprofundamento teológico nem polêmicas doutrinárias-. O objetivo inclusive não é este. O fim do escrito é expor casos selecionados de pessoas que, usando o termo empregado pela escritora, sofreram abuso espiritual. Mostra a realidade de cristãos que padeceram nas mãos de lideranças más -fossem essas "lideranças", conscientes disso ou não-. Mostra as consequencias dessa experiência na vida de cada indivíduo e só confirma o fato que tanto se quer negar: é bem mais comum do que se imagina.
A obra vem somente expor a realidade da igreja evangélica moderna. Novas comunidades regidas por um único individuo que guia tudo e todos conforme sua propria vontade. Um pastoreio que coloca os objetivos acima do indiviuo, esmagando o coração de alguém que está ali sinceramente.
O que mais me chama a atenção na obra, e de fato, calou minha boca, foi o fato de a jornalista Marília de Camargo César dedicar 1 capítulo a pastores que também foram feridos espiritualmente. Penultimo capítulo do livro, 1 página antes de chegar ao mesmo, pensava comigo mesmo: "tudo bem, mas tem muito pastor arrebentado por aí. Tem muito pastor que foi moído por uma liderança doente, uma igreja doente, um povo doente...". Voilà, lá estava.
É
um livro que indico. Quem quiser le-lo como obra polemica, desista. Não o é! Ela só faz expor a realidade que tantos apontam e muitos mais ignoram. Leia-o para confirmar aquilo que, acredito, você já sabe: tem muita gente arrebentada por picaretas, que não quer mais saber de Deus, de igreja, da irmandade evangélica... tudo por causa de pasotres miseráveis e salafrários que dizem fazer o que fazem em Nome de Deus, e no nome dele justificam seus atos sujos.
Boa leitura.
Feridos em Nome de Deus.
Marília de Camargo César
Ed. Mundo Cristão

Leitura do dia: Salmo 40, 54 / Salmo 51 / 1 Samuel 31:1-13 / Atos 15:12-21 / Marcos 5:21-43

quinta-feira, 23 de julho de 2009

DEUS É COMO UMA TV...

EU SOU O QUE SOU
EXODO 3.20

No início desta semana enquanto assistia a um programa noturno na rede Band, três apresentadores dialogavam entre si até que um deles lançou a pergunta: "como é Deus pra você?", ao que a resposta foi: "pra mim Deus é como uma TV, energia pura!"
Ok, críticas à parte sobre essa visão de Deus como uma "energia" impessoal, etc etc etc, o que me chamou a atenção é o fato que muitos cristãos inconscientemente tem a mesma visão acerca do SENHOR.
Não digo a mesma visão d´Ele como uma simples energia que a tudo e todos envolve, mas como algo que está ali para atender aos interesses daquele que o possui, que com um simples gesto o muda conforme seu próprio gosto.
O cristianismo moderno com todas suas manias e vícios de um evangelho adaptado ao gosto do cliente tem fixado cada vez mais essa idéia acerca do Altissimo e sua forma de relacionar com seus servos. Deus está à minha disposiçao 24 horas por dia para atender-me em todos meus caprichos. Vejo a face de Deus que me interessa, assim como na TV, se algo não me agrada, mudo de canal; com Deus me volto apenas para aquilo que é conveniente para mim. Ligo e desligo Deus com minha oração da fé, enquadro Deus dentro dos meus interesses e o uso conforme a conveniência. Quando não é de meu interesse, Ele fica ali no canto da sala.
Cada vez mais tem sido subtraída da fé moderna o conceito de Deus como Senhor de tudo e todos, que tudo faz conforme sua vontade. Pregadores, tele-evangelistas, missionários e toda espécie de profetas modernos fixam cada vez mais este conceito, abandonando e esquecendo o fato de que quem manda, quem diz o que é e o que não é e quem dirige o mundo é Deus!
Esse conceito só faz enfatizar o que Adão sonhou e buscou -e consequentemente foi a razão de sua queda- que é o homem ser dono de seu próprio nariz, não tendo que prestar contas a ninguém, antes fazendo sua vontade ser imposta e cumprida em todos seus desejos.
Nem por isso Deus deixa de ser SENHOR, graças a Deus por isso. Mas uma fé sem esse conceito bem enraizado é uma fé doente. É uma fé que questiona quando as coisas não ocorrem da forma como ele próprio "determinou", que questiona porque aquilo que "tomou posse" nunca se fez seu de verdade, e em consequencia os frustrados espiritualmente tem suas fileiras cada vez mais engrossadas.
Entendamos e apliquemos em nossas vidas a verdade que o SENHOR de tudo e de todos é o prório Deus, não o eu, meu ego, minha vontade, muito menos meu mundinho.
Moisés perguntou a Deus quem deveria ele dizer ao povo que o havia enviado, e a resposta de Deus foi curta: o Eu Sou! Aquele que é por si mesmo, que não depende de nada e de ninguem para existir. Pelo contrário, Aquele que por si sustenta e mantém em existência todas as coisas que Ele criou.
Deus não é uma TV para ser controlado conforme minha vontade. Deus é SENHOR e ponto final.
Leitura do dia: Salmo 50 / Salmo [59, 60] ou 66, 67 / 1 Samuel 28:3-20 / Atos 15:1-11 / Marcos 5:1-20

segunda-feira, 22 de junho de 2009

DEUS DISCIPLINA. ELE É FIEL

Se os seus filhos desprezarem a minha lei e não andarem nos meus juízos, se violarem os meus preceitos e não guardarem os meus mandamentos, então, punirei com vara as suas transgressões e com açoites, a sua iniqüidade. Mas jamais retirarei dele a minha bondade, nem desmentirei a minha fidelidade. Não violarei a minha aliança, nem modificarei o que os meus lábios proferiram.
Salmo 89. 30-34

O Salmo 89 nos chama a atenção por diversos motivos, convém, porém, abordar apenas um deles aqui: faz referência ao cuidado de Deus para com aqueles que são seus, que desfrutam de suas promessas.
O escritor o inicia bendizendo a Deus e exaltando-o por sua grandeza e fidelidade, até o ponto que se volta para uma situação mais particular: faz referência à eleição de Davi, por parte do Senhor, bem como de sua posteridade, como uma espécie de introdução ao clamor pelo socorro de Deus que fará logo a seguir, na terça parte final do salmo.
Devemos olhar para as palavras de Deus ali registradas: referem-se à sublime verdade: Deus não retira sua graça, não anula sua promessa, não volta atrás na aliança feita com seus servos; porém isso não invalida seu cuidado disciplinador para com aqueles que são dele.
Muitos cristãos não conseguem associar a vida cristã à disciplina de Deus. Falamos sobre tudo, quanto à graça, pouco, e, menos ainda sobre juízo de Deus. O Senhor traz juízo não só sobre os iníquos. O Senhor traz juízo também sobre os seus. A diferença é que para um, na maioria das vezes é condenatório, para outro, sempre aperfeiçoador.
Devemos entender que Deus cura a alma do pecador, que o Senhor o traz para mais próximo de si, muitas vezes, com ações disciplinadoras. A própria Escritura registra: "Disciplino e repreendo a todos quanto amo."
É importante observar o texto colocado acima: "trarei juízo, trarei vara, mas jamais retirarei minha bondade, nem desmentirei a minha fidelidade..." A disciplina de Deus é fruto de seu amor. Se não andamos justa e retamente, o Senhor nos trará novamente para junto de Si, como fruto de misericórdia e graça por nossas vidas, ainda que o instrumento seja a vara, a disciplina.
Se necessário for, que venha a correção do alto e que permaneça sobre nós a sua bondade e fidelidade, para que continuemos a caminhar cada vez mais junto à cruz de Cristo.
Oração: Pai, dá-me entendimento para compreender a correção de tua mão, para que não continue andando no erro, mesmo afligido pela dor. Que quando tua vara pesar sobre mim, possa eu retomar o santo caminho do Senhor e amar esse teu santo cuidado para comigo. Por Cristo Jesus nosso Senhor, amém.
Texto do Dia: Segunda – 22/06: Salmo 89:1-18 / Salmo 89:19-52 / 1 Samuel 5:1-12 / Atos 5:12-26 / Lucas 21:29-36

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Uns dias fora

Estarei fora uns dias, por isso, nao poderei postar.
Geison Pimentel
Nunca me esquecerei dos teus preceitos, visto que por eles me tens dado vida.

sábado, 6 de junho de 2009

DOMINGO DA SANTISSIMA TRINDADE

Somos uma igreja confessional, ou seja, por confessional entende-se que é aquele que sempre confessa aquilo que crê. Nesse sentido, todas as igrejas, bem como todos os crentes, são “confessionais”; isto é, formulam uma “confissão de fé”, geralmente verbal, todas as vezes que afirmam crer ou não crer em determinados princípios.
Nossa confessionalidade está expressa em nossos símbolos de fé: Catecismo Menor, Catecismo Menor e a Confissão de Fé de Westminster.
Além do mais, incluí também após a explanação sobre trindade, os três credos comumente aceitos pelas igrejas reformadas: credo apostólico, niceno e atanasiano.
Como confessionais, professamos receber, crer e ensinar a doutrina da Santíssima Trindade, que pregamos, ensinamos e neste dia celebramos.
Desejo abençoar a todos que de alguma forma acompanham esse blog com uma pequena exposição acerca da doutrina da Trindade, feita por Packer, bem como com um vídeo de um dos nossos tão tradicionais hinos: Santíssima Trindade (título que ganhou em português) e um curto vídeo de um trecho do catecismo menor: Questão 6: Quantas pessoas há na divindade? Há três pessoas na divindade: O Pai, O Filho e o Espírito Santo; e estes três são um só Deus, o mesmo em substância, igual em poder e glória.
Que Deus Pai, Filho e Espírito possa enriquecê-los.
Clique nos links para assiti-los

http://www.youtube.com/watch?v=wCIVpsxH888&feature=related&pos=0
http://www.youtube.com/watch?v=AGHW9iU18Ok

TRINDADE

Assim o SENHOR, Rei de Israel, seu redentor; o SENHOR dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e além de mim não há outro Deus.
ISAÍAS 44.6

O Antigo Testamento insiste constantemente em que há somente um Deus, o auto-revelado Criador, que deve ser adorado e amado com exclusividade (Dt 6.4, 5; Is 44.6-45.25). O Novo Testamento confirma essa afirmação (Mc 12.29, 30; 1Co 8.4; Ef 4.6; 1Tm 2.5), porém fala de três agentes pessoais, Pai, Filho e Espírito Santo, que operam juntos em forma de equipe para efetivar a salvação (Rm 8; Ef 1.3-14; 2Ts 2.13, 14; 1Pe 1.2). A formulação histórica da Trindade (derivada da palavra latina trinitas) procura circunscrever e salvaguardar esse mistério (não explaná-lo, pois ele está além de nossa compreensão), e nos confronta com aquilo que talvez seja a mais difícil noção que a mente humana já teve de assimilar. Ela náo é fácil, mas é verdadeira.
A doutrina se origina dos fatos que os historiadores do Novo Testamento relatam e do ensino revelatório que, humanamente falando, decorreu desses fatos. Jesus, que orou a seu Pai e ensinou seus discípulos a fazerem o mesmo, convenceu-os de que ele era pessoalmente divino, e de que a crença em sua divindade e na atitude de dedicar-lhe adoração e oração é básica à fé neotestamentária (Jo 20.28-31; cf. 1.18; At 7.59; Rm 9.5, 10. 9-13; 2Co 12.7-9; Fp 2.5, 6; Cl 1.15-17, 1.9; Hb 1.1-12; 1Pe 3.15). Jesus prometeu enviar outro Parácleto (ele mesmo era o primeiro), e Parácleto significa um ministério pessoal multiforme, como conselheiro, advogado, ajudador, confortador, aliado, sustentador (Jo 14.16, 17, 26; 15.26, 27; 16.7-15). Esse outro Parácleto, que veio no Pentecostes para cumprir esse ministério prometido, era o Espírito Santo, reconhecido desde o início como uma terceira pessoa divina: mentir a ele, diz Pedro depois do Pentecostes, é mentir a Deus (At 5.3,4).
Assim, Cristo prescreveu o batismo em nome (singular: um Deus, um nome) do Pai e do Filho e do Espírito Santo - as três pessoas que são um Deus, a quem os cristãos se submetem ((Mt 28.19). Portanto, encontramos as três pessoas no relato do próprio batismo de Jesus: o Pai reconheceu o Filho, o Espírito mostrou sua presença na vida e no ministério do Filho (Mc 1.9-11). É assim que lemos a bênção trinitária de 2coríntios 13.14, e a oração por graça e paz do Pai, Espírito e Jesus Cristo em Apocalipse 1.4, 5 (teria João colocado o Espírito entre Pai e o Filho, se não reconhecesse o Espírito como divino no mesmo sentido em que eles são?). Esses são alguns dos mais notáveis exemplos da perspectiva e ênfase trinitárias do Novo Testamento. Embora a linguagem técnica do trinitarianismo não seja aí encontrada, a fé e o pensamento trinitários estão presentes através de suas páginas, e, nesse sentido, a Trindade deve ser reconhecida como doutrina bíblica: uma eterna verdade a respeito de Deus, que, embora não seja explícita no Antigo Testamento, é clara e marcante no Novo.
(continua)
Leitura do dia: Santíssima Trindade – 07/06 – Is 6:1-8; Sl 29; Rm 8:12-17; Jo 3:1-17

continuação

A afirmação básica dessa doutrina é que a unidade de Deus é complexa. As três "subsistências" pessoais (como são chamadas) são centro co-iguais e co-eternos de autocosciência, cada qual sedo "eu" em relação aos dois que são "vós", e cada qual participando da plena essência divina (a "substância" da Deidade, se assim podemos chamá-la) juntamente com os outros dois. Eles não são três papéis representados por uma pessoa (o que seria modalismo), nem são três deuses agrupados (o que seria triteísmo); o Deus ("ele") é, igualmente, "eles", e "eles" estão sempre juntos e sempre cooperando, com o Pai iniciando, o Filho aquiescendo e o Espírito executando a vontade de ambos, que também é a sua. Essa é a verdade acerca de Deus, a qual foiii revelada através das palavras e obras de Jesus, e que dá suporte à realidade da salvação à medida que o Novo Testamento a expõe.
A importância prática da doutrina da Trindade é que ela requer que demos igual atenção e igual honra às três pessoas na unidade de seu gracioso ministério para conosco. Esse ministério é o ponto central do evangelho, que, como demonstra a conversa de Jesus com Nicodemos, não pode ser declarado sem incluir seus diferentes papéis no plano da graça de Deus (Jo 3.1-15; notem-se especialmente os vv 3, 5-8, 13-15, bem como os comentários expositivos de João, que a NIV traduz como parte da própria conversação, vv. 16-21). Todas as formulações não-trinitárias da mensagem cristã são, pelos padrões bíblicos, inadequadas e, de fato, fundamentalmente falsas, tendendo naturalmente a deformar a vida cristã.
J. I. Packer - Teologia Concisa - Trindade - pg 45, 46 - Ed. Cultura Cristã.
Leituras do dia: Sábado – 06/06: Salmo 55; Salmo 138, 139:1-17 (18-23); Deuteronômio 29:2-15; 2 Coríntios 9:1-15; Lucas 18:15-30

sexta-feira, 5 de junho de 2009

CREDO APOSTÓLICO

Creio em Deus Pai, todo-poderoso, Criador do céu e da terra.

E em Jesus Cristo, seu unigênito Filho, nosso Senhor; o qual foi concebido pelo Espírito Santo, nasceu da virgem Maria; padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu ao inferno; ao terceiro dia ressurgiu dos mortos; subiu ao céu e está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso; donde há de vir para julgar os vivos e os mortos.

Creio no Espírito Santo; na santa Igreja de Cristo, a comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição da carne; e na vida eterna.

CREDO ATANASIANO

  1. Aquele que quiser ser salvo, antes de tudo deve manter a verdadeira fé cristã.
  2. Quem não a conservar na íntegra e inalterada, sem dúvida perecerá eternamente.
  3. Ora, a verdadeira fé cristã é esta: que honremos um só Deus na Trindade e a Trindade na unidade.
  4. Sem confundir as Pessoas ou dividir a substância.
  5. Pois uma é a Pessoa do Pai, outra a do Filho e outra a do Espírito Santo.
  6. Mas uma só é a Divindade do Pai e do Filho e do Espírito Santo, iguais em glória e da mesma majestade eterna.
  7. Qual o Pai, tal o Filho e tal o Espírito Santo.
  8. O Pai é incriado, o Filho é incriado, o Espírito Santo é incriado.
  9. O Pai é incomensurável, o Filho é incomensurável, o Espírito Santo é incomensurável.
  10. O Pai é eterno, o Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno.
  11. Contudo não são três eternos, mas um só Eterno.
  12. Como também não são três incriados, nem três incomensuráveis, mas um só Incriado e um só Incomensurável.
  13. Da mesma maneira, o Pai é todo-poderoso, o Filho é todo-poderoso, o Espírito Santo é todo-poderoso.
  14. Contudo não são três todo-poderosos, mas um só Todo-poderoso.
  15. Assim, o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus.
  16. Contudo não são três Deuses, mas um só Deus.
  17. Assim, o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, o Espírito Santo é Senhor.
  18. Contudo não são três Senhores, mas um só Senhor.
  19. Pois, assim como pela verdade cristã somos obrigados a confessar cada Pessoa em particular como sendo Deus e Senhor, assim somos proibidos pela fé cristã de falar de três Deuses ou Senhores.
  20. O Pai por ninguém foi feito, nem criado, nem gerado.
  21. O Filho não foi feito, nem criado, mas gerado, somente pelo Pai.
  22. O Espírito Santo não foi feito, nem criado, nem gerado pelo Pai e pelo Filho, mas procede dEles.
  23. Logo, um só Pai, não três Pais, um só Filho, não três Filhos, um só Espírito Santo, não três Espíritos Santos.
  24. E nesta Trindade nada é anterior ou posterior, nada maior ou menor, mas todas as três Pessoas são juntamente eternas e iguais entre si.
  25. De modo que, como acima já foi dito, em tudo deve ser honrada a Trindade na unidade e a unidade na Trindade.
  26. Portanto, quem quiser ser salvo, deve pensar assim da Trindade.
  27. Entretanto, é necessário para a eterna salvação que creia também fielmente na encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo.
  28. Logo, a fé correta é que creiamos e confessemos, que nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, é Deus tanto quanto homem.
  29. É Deus da substância do Pai, gerado antes dos tempos, e homem da substância de sua mãe, nascido no tempo.
  30. Plenamente Deus, plenamente homem, subsistindo em alma racional e carne humana.
  31. Igual ao Pai segundo a sua divindade, menor do que o Pai segundo a sua humanidade.
  32. Embora sendo Deus e homem, nem por isso é dois, mas um só Cristo.
  33. Um só, porém, não porque a divindade se converteu em carne, mas porque Deus assumiu a humanidade.
  34. Um só, não por fusão de substâncias, mas por unidade de pessoa.
  35. Pois, assim como alma racional e carne são um só homem, assim Deus e homem é um só Cristo.
  36. O qual padeceu pela nossa salvação, desceu ao inferno, ao terceiro dia ressurgiu dos mortos,
  37. Subiu ao céu, está sentado à direita do Pai, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos.
  38. E na sua vinda, todos os homens devem ressuscitar com os seus corpos e dar contas dos seus próprios atos.
  39. E aqueles que fizeram o bem, irão para a vida eterna, os que fizeram o mal, para o fogo eterno.
  40. Esta é a verdadeira fé cristã, e quem não nela crer com fidelidade e firmeza, não poderá ser salvo.

CREDO NICENO

Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas, visíveis e invisíveis.

E em um só Senhor Jesus Cristo, o unigênito Filho de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos, Deus de Deus, Luz de Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, nascido, não criado, de uma só substância com o Pai, por quem todas as coisas foram feitas; o qual por nós homens e pela nossa salvação desceu do céu e se fez carne pelo Espírito Santo na virgem Maria e se fez homem, e foi crucificado por nós sob Pôncio Pilatos, padeceu e foi sepultado, e ao terceiro dia ressuscitou, segundo as Escrituras, e subiu ao céu e está sentado à direita do Pai, e virá novamente com glória para julgar os vivos e os mortos, e o seu reino não terá fim.

E no Espírito Santo, que é Senhor e Vivificador, o qual procede do Pai e do Filho, que juntamente com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, que falou pelos profetas. E em uma só santa Igreja universal e apostólica.

Confesso um só batismo para remissão dos pecados.

Espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo vindouro.

Amém.

PARA NÃO SE ESQUECER

Então, testificarás perante o SENHOR, teu Deus, e dirás...
Deuteronômio 26.5

Gosto muito do Antigo Testamento. Gostaria, se tivesse oportunidade, de especializar-me na área. Lembro-me que no seminário, apesar dos pesares, amava as aulas de hebraico e de Teologia do Antigo Testamento.
Dentre as muitas características particulares vétero-testamentárias, uma das que mais chamam minha atenção é a persistência pedagógica de Deus para com o povo naquilo que se refere ao conhecimento de Si.
Enfaticamente no Pentateuco e no livro dos Salmos vemos ordens para não nos esquecermos de Deus e de seus feitos, exercícios de sempre trazer-se à memória as obras de Deus e sua natureza; rememoração de sua fidelidade e seus feitos na história de seu povo. Assim o vemos na celebração da páscoa -conforme toda orientação que é dada no pentateuco-, a celebração da Festa das Semanas, o Dia da Purificação, etc. Tudo visava trazer à memória do povo quem eles eram, o que são e quem Deus é e o que Ele fez. Isto se repete por todo Antigo Testamento. Aparece nos proféticos, seja no pronunciamento de juízo ou promessa da graça de Deus, onde o povo é chamado a olhar e ver Deus na sua história, seja numa aplicação consoladora para o povo que sofria sob opressão dos povos ao redor.
O texto apresentado logo no início toca mais um "exercício" destes. É um ato piedoso: o oferecer a oferta do primeiro fruto colhido na terra que o povo haveria de possuir. A ordem é clara: ao apresentar-se ao sacerdote, após depositar sua oferta diante do altar, o crente hebreu deveria dizer as seguintes palavras, rememorando o que Deus fizera por seu povo:
"Então, testificarás perante o SENHOR, teu Deus, e dirás: Arameu prestes a perecer foi meu pai, e desceu para o Egito, e ali viveu como estrangeiro com pouca gente; e ali veio a ser nação grande, forte e numerosa. Mas os egípcios nos maltrataram, e afligiram, e nos impuseram dura servidão. Clamamos ao SENHOR, Deus de nossos pais; e o SENHOR ouviu a nossa voz e atentou para a nossa angústia, para o nosso trabalho e para a nossa opressão; e o SENHOR nos tirou do Egito com poderosa mão, e com braço estendido, e com grande espanto, e com sinais, e com milagres; e nos trouxe a este lugar e nos deu esta terra, terra que mana leite e mel."
O que vemos aqui? A orientação de que o ofertante deveria não somente trazer à memória -fato óbvio ao se declarar algo-, como também proclamar e reconhecer Deus em toda sua história, desde o seu mais profundo nascedouro: arameu foi meu pai... Ele voltaria ali até Abraão e de forma resumida anunciaria os feitos de Deus até seus dias atuais, naquele momento em que a promessa de Deus a seu pai arameu se fazia palpável, testemunhada pela oferta depositada diante do altar.
Essa persistência didática do Velho Testamento, óbvio, tem razão de ser. O povo era sepre exortado a se lembrar do que Deus fez, de sua fidelidade. Qual a razão? A rapidez com a qual o homem se olvida de Deus e do que Ele fez. Se assim não o fosse, não haveria razão para tanta insistência.
No que pecamos hoje? Pecamos em nos esquecer do que Deus fez. Sofremos aflições e não nos recordamos que Deus nos socorreu em todas as que hoje fazem parte de nosso passado. Pouco rememoramos nossa história da salvação! Menos ainda a anunciamos a nossos filhos. Pecamos por omitir, nos abstermos dessa santa didática. É fato: mais rápido do que qualquer outra coisa, nossa mente decaída sofre uma "perda de memória", uma "amnésia" das coisas que o Altíssimo operou por nós.
Que fazer? Trazer à memória os feitos de Deus em nossa história, para que dEle não nos esqueçamos.
Oração: Faze, Senhor, sempre viva em minha memória e coração tudo o que fizeste em minha vida. Não permita, Deus de graça, que me esqueça do que era e do que sou hoje, na graça de Jesus Cristo. Por teu filho amado, amém.
Leituras do dia:

Sexta – 05/06: Salmo 40, 54, Salmo 51, Deuteronômio 26:1-11, 2 Coríntios 8:16-24, Lucas 18:9-14

Salmos do dia: 30-34

quinta-feira, 4 de junho de 2009

DO SABER E DO PRATICAR

Considerai, pois, nisto, vós que vos esqueceis de Deus
Salmo 50.22

O Salmo 50 é um salmo de julgamento. O texto apresenta Deus convocando terra e céus para trazer seu juízo.
Na primeira metade dos salmos, Jeová chama à sua presença aqueles que com ele fizeram, estabeleceram aliança, os quais chama de seus santos. No decorrer do texto, Israel aparece, como objeto de julgamento de Deus. Parece haver uma diferenciação entre os santos de Deus e Israel (como nação), pois na assembléia de juízo que parece ser aqui constituída, Deus se apresenta contra a nação. Vale notar que o Senhor se posta contra ela não por sua prática religiosa -seus sacrifícios e holocaustos-, pois no final das colocações do Senhor contra Israel, Ele acrescenta: "Oferece a Deus sacrifício de ações de graças e cumpre os teus votos para com o Altíssimo -vs 14". Parece ser uma chamada a reconhecer os feitos de Deus, bem como seu cuidado -sacrifícios de ações de graças- bem com oum chamado para a obediência -cumpre pois os teus votos para com o Altíssimo-. A colocação seguinte é a consequência do adotar desse viver realmente piedoso: "invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei; e tu me glorificarás".
Na continuidade do texto, Deus deixa claro o pecado que está sendo digno de seu juízo: o conhecer -saber- e não praticar! "Mas ao ímpio diz Deus: De que te serve repetires os meus preceitos e teres nos lábios a minha aliança, uma vez que aborreces a disciplina e rejeitas as minhas palavras?" Fica clara a separação: este segundo grupo é chamado de ímpio. Não porque pertencesse a outra nação, não porque era parte do grupo dos "gentios". Era parte sim do povo de Israel -quem é aqui objeto de julgamento-, com a diferenciação que conhecia as leis de Deus mas não as praticava. De que serve conhecer sobre Deus se de Deus rejeita-se as Palavras?
Tal rejeição é apontada não por um confessar aberto de se abominar a Deus e as coisas que a Ele se referem, mas sim pelos atos: "Se vês um ladrão, tu te comprazes nele e aos adúlteros te associas. Soltas a boca para o mal, e a tua língua trama enganos. Sentas-te para falar contra teu irmão e difamas o filho de tua mãe." Não são palavras negativas que rejeitam a Deus. A questão em julgamento são atos que verdadeiramente negam o Altíssimo e seu real conhecimento.
Existe uma grande diferença entre saber e fazer. A Escritura, de capa a capa, disso testemunha. O fato é que saber dissociado de fazer, o conhecer dissociado do praticar tem apenas uma consequência: juízo! Devemos, entretanto, atentar do que fala o restante do texto: "Tens feito estas coisas, e eu me calei; pensavas que eu era teu igual; mas eu te argüirei e porei tudo à tua vista. Considerai, pois, nisto, vós que vos esqueceis de Deus, para que não vos despedace, sem haver quem vos livre. O que me oferece sacrifício de ações de graças, esse me glorificará; e ao que prepara o seu caminho, dar-lhe-ei que veja a salvação de Deus." Deus intima, apresenta o julgamento e oferece sua graça. Chama o objeto de seu juízo a considerar sua realidade e a iminência do julgamento, para que se arrependa antes que de fato as consequências de seus atos sejam sobre si: "Considerai, vos que vos esqueceis de Deus, para que não vos despedace..." ou seja, há tempo para mudar, há tempo para se alcançar a graça.
Sejamos pois sábios, consideremos nossas vidas: há uma dissociação do saber e do praticar? Nossas palavras, nosso conhecer de Deus, são transformadas em atos de piedade? Que Deus tenha piedade de seu povo e que sobre nós repouse sua graça.
Oração: Senhor, tenha misericórdia de mim, pecador. Guarda-me de ter apenas o conhecimento morto, que não redunde em atos de piedade e vida de temor ao Senhor. Que seja eu encontrado entre o número daqueles que a ti oferecem sacrifícios de louvor e que de ti aguardam o socorro em tempo oportuno. Por Cristo Jesus, amém."
Leitura do dia: Quinta – 04/06: Salmo 50, Salmo [59, 60] ou 8, 84, Deuteronômio 16:18-20, 17:14-20, 2 Coríntios 8:1-16, Lucas 18:1-8
Salmos do dia: 24 ao 29

quarta-feira, 3 de junho de 2009

PECADO E CONFISSAO

Quem há que possa discernir as próprias faltas? Absolve-me das que me são ocultas.
Salmo 19.12

Há alguns dias visitei uma igreja de nossa denominação com outro amigo pastor.
Culto iniciado, grupo de louvor à frente, dirigindo a congregação nos cânticos e adoração. Uma liturgia um tanto quanto diferente, sem uma interferência direta do pastor local, algo light, como muitos classificariam.
Em dado momento, o ministro local tomou a frente e pediu que a congregação abrisse suas bíblias em determinado capítulo de gênesis, que, para surpresa minha, a leitura seria feita para a transição do momento de abertura para o instante de recolhimento dos dízimos e ofertas. Isto feito, mais alguns cânticos entoados, pastor à frente, Bíblia lida, pregação, fim de culto.
Alguns fatos me chamaram a atenção: 1- A bíblia, fora no momento da explanação da mensagem, só foi lida quando do recolhimento dos dízimos, numa espécie de justificativa para o que se faria; 2- Não foi cantado nenhum hino, apenas cânticos que estão em alta -que certamente já não serão cantados daqui alguns meses-; 3- O pior de todos os fatos: não houve momento de contrição, não houve momento de confissão de pecados, seja pessoal, seja congregacional.
Findado o culto público, chamei este amigo pastor que me acompanhara, e lhe perguntei se havia percebido que não houvera o momento de contrição. Óbvio que sua resposta foi positiva, mas, isto não lhe causara surpresa nenhuma, pois, após sua resposta afirmativa, acrescentou: ele -referindo-se ao pastor da igreja- disse-me que não seguiria a liturgia tradicional, que iria fazer algo diferente. Acrescento eu aqui, uma preferência por uma liturgia mais light, mais atrativa.
Não haver chamada à adoração, omitir-se leitura e exortações bíblicas, a ausência do pastor na condução litúrgica, tudo isso já é algo extremamente negativo, mas o pior é excluir o momento de confissão de pecados. Não sei se é assim em todos os domingos, mas, mesmo que seja apenas um domingo, isto é inaceitável!
Como oferecer culto a um Deus santo sem antes reconhecer quem verdadeiramente sou e quem verdadeiramente Deus é? Como achegar-se a um Deus santo sem antes santificar-se?
Tal prática é absolutamente reprovável, pois, muitos costumam a praticar a oração de confissão apenas nos cultos, olvidando-se de fazê-la constantemente em seu culto diário particular, agora, quanto pior é deixar de fazê-la também em culto público.
No Salmo 19, o poeta inspirado exalta a Deus por sua Lei bendita e maravilhosa, e mais, a convicção que surge em seu coração ao referir-se de diversas formas aos mandamentos de Deus destacando-lhes diversas características, é a convicção de que não somente é um pecador, mas que também há atos que praticara que ele mesmo desconhecia que eram pecado. Roga então a Deus que aquilo que seu coração desconhece ser algo que contraria a vontade de Deus venha também ser objeto do perdão do Altíssimo.
O pastor que me acompanhou nesta igreja disse algo interessante. Assim afirmou: Geison, para mim pode-se omitir qualquer parte da liturgia -exceto, óbvio, também a pregação da palavra-, exceto a confissão de pecados, a contrição.
Amado (a) leitor (a), isto é a mais pura verdade. Só reconhecemos quem verdadeiramente somos e quem verdadeiramente Deus é quando voltamos nossa atenção pra natureza santa de nosso salvador e nossa natureza carente da graça de Deus para o perdão dos pecados.
Que o Senhor nos guarde de omitirmos tal prática em nossas vidas e que o Senhor olhe para sua seara e derrame graça para que tal prática não venha a ser omitida por ministros, pastores, líderes em nome de uma liturgia mais light, mais aceitável, mais agradável.
Oração: Pai santo e de infinita misericórdia, verdadeiramente sou pecador carente de sua graça, carente de seu perdão. Jamais permita, ó pai de amor, que me olvide de quem verdadeiramente sou e de quem verdadeiramente és! Que a cada minuto me lembre, Senhor, que sou pecador, resgatado sim, mas pecador que carece contiunuamente do seu perdão e favor; e assim, Deus santíssimo, me lance sempre mais e mais dependente em suas santas mãos, para que o louvor e as orações que a Ti oferecer venham a ser aceitáveis. Por isso, Pai, absolve-me das faltas que me são ocultas. Por Cristo Jesus, Senhor e Salvador nosso, amém.

sábado, 30 de maio de 2009

PENTECOSTES

O pleno ministério do Espírito começa na manhã do Pentecostes, logo depois da ascensão de Jesus (At 2.1-4). João Batista predisse que Jesus batizaria com o Espírito Santo (Mc 1.8; Jo 1.33), de acordo com a promessa do Antigo Testamento de um derramamento do Espírito de Deus nos últimos dias (Jl 2.28-32; cf Jr 31.31-34), e Jesus havia repetido a promessa (At 1.4,5). A significação da manhã do Pentecostes foi dupla: ela marcou o início da era final da história do mundo antes do retorno de Cristo, e, comparada com a era do Antigo Testamento, marcou uma formidável intensificação do ministéro do Espírito e da experiência de viver para Deus.
Testemunhar de Jesus Cristo, glorificá-lo, mostrando a seus discípulos quem e o que ele é (Jo 16.7-15), e fazê-los cônscios do que são nele (Rm 8.15-17; Gl 4.6) é o ministério central do Parácleto. O Espírito nos ilumina (Ef 1.17,18), regenera (Jo 3.5-8), guia-nos à santidade (Rm 8.14; Gl 5.16-18), transforma-nos (2Co 3.18; Gl 5.22,23), dá-nos certeza (Rm 8.16) e dons para ministério (1Co 12.4-11). Todo trabalho de Deus em nós, tocando nosso coração, nosso caráter e nossa conduta, é feito pelo Espírito de Deus, embora aspectos desse trabalho sejam, às vezes, atribuídos ao Pai e ao Filho, de quem o Espírito é executivo.
Os discípulos de Jesus foram evidentemente crentes nascidos do Espírito antes do Pentecostes, de sorte que seu batismo no Espírito, que trouxe poder à sua vida e ministério (At 1.8), não foi o começo de sua experiência espiritual. Para todos, porém, que chegaram à fé desde a manhã do Pentecostes, começando com os convertidos naquele evento, o recebimento do Espírito na plena bênção da nova aliança tem sido um aspecto de sua conversão e novo nascimento (At 2.37; Rm 8.9; 1Co 12.13). Todas as aptidões para o serviço que surgem subsequentemente na vida de um cristão devem se vistas como a seiva emanada desse batismo espiritual inicial, que une vitalmetne o pecador ao Cristo ressurreto.
Parácleto, em: Teologia Concisa, J. I. Packer - Editora Cultura Cristã.
Leitura do Dia: Domingo de Pentecostes – 31/05 – At 2:1-21 ou Ez 37:1-14; Sl 104:24-34, 35b; Rm 8:22-27 ou At 2:1-21; Jo 15:26-27; 16:4-15

VÉSPERA DE PENTECOSTES - O ESPÍRITO SANTO

Antes da paixão de Jesus, ele prometeu que o Pai e ele enviariam a seus discípulos outro Consolador (Jo 14.16, 26). O consolador ou PARÁCLETO, do gredo parakletos, que significa o que dá auxílio, é um ajudador, conselheiro, fortalecedor, encorajador, aliado e advogado. Outro indica que Jesus foi o primeiro Parácleto e está prometendo um substituto, que, após sua partida, continuará o ensino e o testemunho que ele havia iniciado (Jo 16.6,7).
O ministério do Parácleto, por sua própria natureza, é um ministério pessoal e relacional, implicando a plena pessoalidade de quem o consuma.
Espírito é verdadeiramente uma pessoa distinta do Pai, assim como é o Filho. Isso é evidente não somente pela promessa de outro Consolador, mas também pelo fato que o Espírito, entre outras coisas, fala (At 1.16; 8.29), ensina (Jo 14.26), testemunha (Jo 15.26), busca (1 Co2.10,11), determina (1 Co12.11), intercede (Rm 8.26,27), é alvo de mentira (At 5.3) e pode ser afligido (Ef 4.30). Somente de um ser pessoal podem ser ditas tais coisas.
A divindade do Espírito Santo surge da declaração de que mentir ao Espírito é mentir a Deus (At 5.3,4), da associação do Espírito com o Pai e o Filho nas bênçãos (2 Co 13.14; Ap1.4-6) e da fórmula do batismo (Mt 28.19).
Portanto, o Espírito é "ele", não "isso", e deve ser obedecido, amado e adorado, juntamente com o Pai e o Filho.
Parácleto, em: Teologia Concisa, J. I. Packer - Editora Cultura Cristã.
Leitura do Dia: Sábado – 30/05 – Véspera de Pentecostes: Êx 19:1-9a ou At 2:1-11; / Sl 33:12-22 ou Sl 130; / Rm 8:14-17, 22-27; / Jo 7:37-39a

sexta-feira, 29 de maio de 2009

porquanto olhara desde o alto do seu santuário; desde os céus, o SENHOR observou a terra,
para ouvir o gemido dos presos, para soltar os sentenciados à morte;
Salmo 102.19,20


Leituras do dia: Sexta – 29/05: Salmo 102 / Salmo 107:1-32 / Ezequiel 34:17-31 / Hebreus 8:1-13 / Lucas 10:38-42

quinta-feira, 28 de maio de 2009

FAZE ISTO E VIVERÁS

faze isto e viverás
Lucas 10.28



O que fazer para ser salvo? Essa foi justamente a interrogação do doutor da lei a nosso Senhor Jesus Cristo. Como bem sabemos, os religiosos da época de Cristo, fundamentalistas no sentido mais negativo da palavra, atribuíam sua salvação a uma obediência própria-julgada por eles- perfeita da lei, que criam piamente serem os exemplos de tal observação.
A parábola onde encontra-se nosso texto responde à pergunta do doutor da lei: quem é meu próximo? A resposta acerca do que fazer para ser salvo, já havia sido dada pelo próprio religioso judaico: "...amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo teu entendimento e ao teu próximo como a ti mesmo."
Quando Cristo afirma: "faze isto e viverás" deixa claro um fator: a vondade de Deus é o caminho da vida.
Não a religiosidade cega e sem propósitos. Não a religiosidade ignorante que retribui ao próprio ego. um viver satisfatório segundo preceitos que julga serem os mais importantes. Não a religiosidade que existe para ser vista, mas a fé que é uma resposta ao querer de Deus, que, claro, só pode responder a essa vontade uma vez alcançada pelo próprio Senhor. Fazer a vontade de Deus é andar no caminho da salvação, não da religiosidade vazia, mas da verdadeira piedade.
Oração: Pai de misericórdia, que tua graça salvadora possa alcançar cada coração que distante anda de ti, para que, por teu favor, possa viver a verdadeira piedade, cumprindo tua santa vontade. Como homens falhos e pecadores somos absolutamente incapazes, por nós mesmos, de cumprir teu querer, por isso te pedimos: alcança, transforma e capacita o coração perdido para que possa obedecer a ti. Por Cristo Jesus, amém.

Leitura do dia: Quinta – 28/05: Salmo 105:1-22 / Salmo 105:23-45 / Ezequiel 18:1-4, 19-32 / Hebreus 7:18-28 / Lucas 10:25-37

quarta-feira, 27 de maio de 2009

ALEGRAI-VOS POR VOSSA SALVAÇÃO

alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e sim porque o vosso nome está arrolado nos céus.
Lucas 10.20

O texto acima mencionado encontra-se em um momento interessante do ministério de Jesus. Os discípulos experimentavam ali o poder e a autoridade do nome de Cristo, ao qual todas as coisas se submetem, em todas as esferas. Tal fator não era ignorado pelos seguidores do Senhor. Seus corações não os traía, levando-os a pensar que o poder que expelia a Satanás e os demais anjos maus provinha deles mesmos. Sequer mensuraram a possibilidade de eles mesmos poderem dominar o mundo sobrenatural. Tinham completa ciência que tudo ocorrera somente pelo poder do nome de Jesus: " Então, regressaram os setenta, possuídos de alegria, dizendo: Senhor, os próprios demônios se nos submetem pelo teu nome!" (Lc 10.17)
O relato do evangelista mostra que subsequente à colocação dos discípulos, o Senhor se regozija pela salvação de Deus manifestada aos simples, aqueles para os quais, muitos julgavam que as coisas de Deus não eram dignas, pois não eram merecedores o suficiente.
Precedendo a alegria de Cristo pela salvação dos pequeninos, Jesus chama a atenção dos 70 para um fato real: alegrai-vos porque vosso nome está arrolado no reino dos céus.
A igreja brasileira, já há muito tempo, tem se direcionado totalmente pela busca de uma comunidade "cheia de poder", transbordante da manifestação sobrenatural do "agir de Deus". Fala-se de homens de poder, orações poderosas, milagres de Deus, oração forte, e tanto quanto mais nossas mentes puderem adjetivar acerca de manifestações sobrenaturais; porém omite-se a doçura e a realidade da salvação do povo de Deus. Mostra-se em shows, programas de TV, diversas áreas da mídia milagres acontecendo, mas, infelizmente, não se fala nem se enfatiza o milagre maior: o pecador redimido que tem seu nome arrolado no Reino dos céus. Crentes se alegram por curas, operações fantásticas e tudo mais que excede esse nosso mundo comum, porém, infelizmente, é uma alegria que não é duradoura. Qual a razão de encontrarmos tantos crentes tristes, desmotivados, deprimidos? Tal acontece porque firmam sua fé não no milagre da salvação pessoal, mas nos milagres sobrenaturais que tocam apenas o mundo físico em que vivem. As pessoas, em especial os lideres religiosos, ou não sabem ou se omitem quanto ao fato que curas, milagres, manifestações sobrenaturais não vão dar o apoio para superar dores e tristezas, dificuldades e lutas. O que sustenta o coração dorido e o faz ter desejo de seguir em frente é saber que tem algo muito maior: a salvação que ninguém poderá tomar deste! O que faz o crente em Jesus levantar a cada dia, ter razão para sair da cama e enfrentar mais um dia de luta é saber que pertence a seu Senhor, é ter a convicção que esse mundo é passageiro, bem como sua dor e dificuldade, e que aguarda uma eternidade cheia de paz e consolação ao lado de seu Salvador.
Não afirmo aqui que devemos desprezar o sobrenatural, o agir miraculoso de Deus ou as manifestações do Senhor. O que afirmo e enfatizo é que o que deve ocupar o centro de nossa fé e esperança é a salvação, não os milagres. É a certeza desta que nos faz viver no Senhor, e, nela que devemos nos regozijar. Jesus regozijou-se porque Deus manifestara sua salvação aos perdidos e nos instou que esse mesmo motivo fosse a razão de nossa alegria, nossa satisfação.
Alegrai-vos, porque vosso nome está arrolado nos céus.
Leitura do dia: Salmo 101, 109:1-4 (5-19)20-30 / Salmo 119:121-144 / Ezequiel 11:14-25 / Hebreus 7:1-17 / Lucas 10:17-24

quarta-feira, 20 de maio de 2009

ASCENSÃO DE NOSSO SENHOR

foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu
Atos 1.9

No quadragésimo dia após a festa da Páscoa, celebramos o dia da Ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Para alguns pode parecer estranho o referir-se a esta festa cristã como um costume reformado. Devemos porém atentar que lembrar-se da ascensão de Jesus é trazer à mente princípios básicos da fé deixada por nós pelos reformadores.
Antes de tudo, esta não é uma celebração romana. É um evento lembrado pelas igrejas históricas, e, para tristeza minha, omitido por sua maioria em nossa terra brasileira. Tanto é verdade o fato que a Festa da Ascensão é também uma prática nossa, presbiteriana, que nosso hinário (Novo Cântico) traz pelo menos 3 hinos referentes a tal evento: hinos 280, 281, 281a.
Falar de ascensão, como dito anteriormente, é falar de verdades básicas das Escrituras: 1- a verdade da glorificação de Cristo: "Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à direita de Deus." Mc 16.19; 2- A confirmação da divindade e obra redentiva de Cristo pelos céus: "Uma nuvem o recebeu", (a nuvem aqui, uma referência ao Shekinah de Deus, que aparece em momentos significativos da história bíblica como sinal da presença ativa e confirmativa de Deus -cf J.I. Packer) At 1.9; 3- Sua posição de vencedor e de Juiz: "assentou-se à direita de Deus". Mc 16.19.
Não somente isso, também é um evento que nos faz olhar para o futuro, afinal, no episódio da ascensão registrado em Atos, seguem-se as palavras dos anjos: "Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir." At 1.11. Nossa esperança acerca da volta gloriosa de Jesus, se firma também na visão, na convicção de sua gloriosa ascensão -envolvido pela nuvem, sendo esta o shekinah de Deus-. Assim como subiu glorioso, glorioso voltará.
A festa cristã da ascenção remete também nossa fé à confissão que costumeiramente fazemos quando da celebração da ceia do Senhor, ao congregacionalmente fazermos nossa profissão de fé orando o Credo Apostólico:"ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao céu; está assentado à mão direita de Deus Pai Todo-poderoso, de onde há de vir para julgar os vivos e os mortos..." Aqui inclusive sua ascensão é aliada à sua glorificação, volta gloriosa e papel de juiz sobre toda carne.
Outra razão importante é que a ascensão nos lembra que está aproximando o pentecoste da igreja. A festa que nos lembra a descida do Espírito Santo, a capacitação do alto que recebe o povo de Deus para fazer efetivo seu testemunho acerca da salvação entre as nações.
Portanto, queridos irmãos, alegremo-nos nesse dia tão importante para nós. Renovemos nossa fé na verdade de que Cristo subiu glorioso, glorioso voltará. Na verdade que Cristo é Juiz e a todos justamente julgará. Na verdade que Ele se assenta sobre o trono e conosco, por seu Santo Espirito, sempre está.
Aleluia! Triunfante,
Para o céu Jesus subiu.
As prisões quebrou da morte,
Pecadores redimiu.
Com poder em majestade,
Vive e reina lá no céu;
Mas um dia, triunfante,
Voltará ao povo seu!
Hino 281 - Jesus Triunfante

Devemos nos Alegrar nas Obras de Deus

Os retos vêem isso e se alegram
Sl 107.42

O salmo 107 inicia-se com a seguinte conclamação: "Rendei graças ao SENHOR, porque o SENHOR é bom, e a sua misericórdia dura para sempre." No decorrer de todo o texto situações são apontadas pelo escritor inspirado: O necessitado clama, Deus ouve, em resposta devem: Render graças ao SENHOR por sua bondade e por suas maravilhas para com os filhos dos homens.
No final do nosso texto, diante da última situação exposta pelo escritor bíblico, e, concluindo ao referir-se também a todos os episódios de necessidade, clamor e socorro de Deus, ele registra: Os retos vêem isso e se alegram, mas o ímpio por toda parte fecha a boca.
É dever de todo cristão primeiramente contemplar, meditar e enteder o agir de Deus tanto na sua história quanto na história dos que estão ao seu redor, e, com estes alegrar-se! Somos chamados a festejar o socorro de Deus, celebrar o Deus que atende ao clamor de seus escolhidos e não se omite em seu socorro.
Acho curiosa a atitude do ímpio aqui retratada: por toda parte fecha sua boca. Ele não se alegra com a felicidade do outro, não compartilha do prazer em ver Deus agir pelo bem do próximo. O quanto não vemos disso ao nosso redor? Gente que não se congratula com o outro pela bênção recebida? Gente que se entristece porque o outro é bem sucedido? Gente que se enche de inveja porque o outro recebeu e ele não?
Esta atitude não é um agir nem de longe cristão. É um agir próprio daquele que não tem conhecimento do Altíssimo.
Como crentes no Senhor Jesus devemos festejar com o próximo a bênção recebida, pois convem aos retos o alegrar-se nas obras de Deus.
Oração: Senhor, dá-me a graça de com meu irmão bendizer o teu Nome por seus poderosos feitos na vida dos piedosos e teu santo agir nesse mundo que criaste. Por Cristo Jesus, Senhor nosso e de toda igreja, amém.
Salmos do dia: 106-109

terça-feira, 19 de maio de 2009

A Igreja Hodierna e o Temor a Deus

Moisés desceu do monte ao povo e santificou o povo; e lavaram suas vestes
Êxodo 19.14

No livro de Êxodo encontramos uma das primeiras manifestações claras de Deus ao povo escolhido. O Senhor apresentou-se ali à congregação eleita, povo que havia redimido da escravidão do Egito, fazendo deste sua propriedade exclusiva, voltado para sua glória e honra.
O pastor, líder e profeta Moisés tinha sob sua responsabilidade o cuidado daqueles eleitos de Deus, de ensinar-lhes acerca do temor ao Senhor e da verdadeira adoração/serviço ao Todo-Poderoso.
Antes de descer aos peregrinos hebreus, Moisés recebe claras instruções da parte de Deus sobre a forma que o povo deveria aproximar-se dEle, instruções estas que deixavam óbvio o caráter de Deus e a forma de relacionamento que este estabelecia com seu povo. Lemos no mesmo capítulo 19: "Vai ao povo e santifica-os hoje e amanhã, e estejam prontos para o terceiro dia; porquanto no terceiro dia o Senhor descerá diante dos olhos de todo o povo sobre o Monte Sinai. E marcarás limites ao povo em redor, dizendo: Guardai-vos, que não subais ao monte nem toqueis seu termo; todo aquele que tocar o monte, certamente morrerá. Nenhuma mão tocará nele... (Êx 19. 10-13)"

Para encontrar-se com Deus, para d´Ele ouvir, para receber do Senhor deveria haver temor e santidade. A falta deste temor, a ausência desta santidade seria punida com a morte. Cultuar a Deus não era algo como brincar com o Altíssimo, deveria ser uma atitude reverente frente ao Santíssimo.
Em nossos dias, à guisa de uma pseudo-intimidade, uma pseudo-informalidade, um evangelho mais atrativo aos homens, o temor e a santificação com relação a Deus e às coisas de Deus tem sido deixada de lado.
Uma matéria da revista Veja desta semana trouxe uma reportagem sobre um sacerdote protestante que se tornou o "queridinho" para as celebrações matrimoniais. Segundo esta, o sacerdote teve um aumento de 70% em suas celebrações, comparando com o ano de 2004. Só no ano passado foram 350 casamentos. Ao transcrever um trecho de seu sermão proferido na cerimônia acompanhada pela revista, registram-se os seguintes dizeres: A noiva escolheu a cor do vestido inspirada na Daslu? Não, minha gente. O branco é inspirado nas palavras do rei Davi, no Antigo Testamento, num momento de arrependimento: "Deus, tira de mim o meu pecado, lava-me e ficarei mais branco que a neve". Branco, portanto, é pureza. Mas não no sentido que vocês estão pensando, essas bobagens de virgindade. Ele representa a pureza do sentimento que aproximou esses noivos há três anos e onze meses (...) Cada um de vocês é testemunha dessa pureza."
Pois bem, a "bobagem da virgindade". A "bobagem" de um preceito da Palavra de Deus. Da mesma forma, conteúdos básicos das Escrituras teem sido reputados por bobagens. A "bobagem" da fidelidade matrimonial, a "bobagem" do pecado, a "bobagem" da realidade do inferno, a "bobagem" da santificação.
Falar de um Deus que é SANTO que requer que todos aqueles que dele se aproximam venham a fazê-lo em santidade não enche igrejas. Não atrai aqueles que são -e quanto menos os que não são- "amigos" do evangelho. Falar das coisas de Deus não é atrativo, pelo contrário, afasta.
Levados pela modernidade, muitos líderes espirituais tem seguido essa idéia. Deixam de falar dessas "bobagens" arcaicas e anunciam um novo evangelho. Não o evangelho puro e simples das Escrituras, mas o evangelho do gosto do povo, o evangelho personalizado: cada um segue e crê no que melhor se ajusta à sua visão e conduta de vida. E nessa brincadeira, o temor a Deus, a reverência pelas coisas do alto, a seriedade exigida na comunhão com Deus é omitida intencionalmente.
Não precisamos, amados irmãos que comungam na mesma denominação que eu, ir tão longe. Certa vez visitando uma igreja da nossa denominação na cidade de Maceió tive uma das maiores decepções destes 16 anos de fé cristã que tenho. Além do sermão ter sido um dos piores que ouvi, sem nexo, sem idéia central, confuso, etc, ao final do culto, após a Ceia do Senhor, o pastor virou-se para o grupo de louvor e disse literalmente: toquem qualquer bobeirinha aí pra gente encerrar o culto! Sinceramente não sabia o que fazer: não sabia se chorava, não sabia se confrontava aquele indivíduo por sua atitude, não sabia se corria de vergonha -pois naquele dia havia levado um visitante à igreja-.
O que tem acontecido? As verdades de Deus agora são bobagens? A liturgia do culto, que também é adoração a Deus, pode satisfatoriamente ser completada acrescendo-se uma bobeirinha qualquer? Ai de nós! Ai de nós! Vai chegar o dia em que o Santo dos Santos vai novamente tocar a terra, e, certamente, aqueles que profanaram a santidade de sua Palavra e de seu santuário (entenda-se aqui sua igreja) vão perecer! Cabe a nós lutar para manter o pouco que resta de temor a Deus e conduzir o povo de forma consciente sobre esse temer ao Senhor, mostrando que Deus não é uma bobagem qualquer e que seu santo caráter e santa palavra também não o são. Que Deus tenha piedade de nós.
Oração: Senhor, tende piedade de nós. Afasta de teu povo tua ira, afasta de nós os lobos e falsos profetas que deturpam a tua verdade e falam de mentiras de seu próprio coração como se procedessem do alto. Guarda, Senhor, tua igreja. Por Cristo Jesus, Amém.
Salmos do dia: 102-105

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Vós que Amais o Senhor, detestai o mal

Vós que Amais o Senhor, detestai o mal
Sl 97.10a
Amar a Deus, obedecer, buscar e seguir sua justiça não é uma simples opção, não é uma mera alternativa para aqueles que são chamados pelo Altíssimo para a salvação, é sim dever.
Por vezes encontramos o doentio conceito de que se pode seguir a Deus e dar curso à vida de uma forma "normal" (segiuindo o livre curso deste mundo), como sempre foi, e ainda assim caminhar em paz com Ele.
O salmista nos exorta aqui que aqueles que vem professar amor ao Senhor devem aborrecer o mal. O aborrecer o mal aqui não é somente o detestar, o afastar do pecado (como em diversos lugares a Escritura nos exorta, citando Paulo: "Afaste-se da iniquidade todo aquele que confessa o Nome do Senhor." IITm 2.19) mas também entender que o responder de forma má às agressões e provocações daqueles que não temem ao Senhor deve ser algo do que se foge!
O amor a Deus deve ser evidenciado numa prática constante de seus mandamentos. Não existe cristianismo sem obediência, não existe fé salvífica sem obediência, não existe salvação sem obediência. Este obedecer evidencia-se no abominar, detestar o mal, algo que muito bem se define no obedecer às Leis de Deus.
O próprio apóstolo João em sua primeira epístola, ao falar de obediência afirma: "Se dissermos que temos comunhão com Ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade" I João 1.6, logo, é impossível servir a Deus e amar (praticar, se achegar, viver) a maldade.
Quem ama a Deus obedece. Quem ama a Deus repudia o mal. Quem ama a Deus busca sua verdade. Quem ama a Deus quer Deus!
Oração: Dá-me, Senhor, horror ao mal. Dá-me, Senhor, amor à tua santa verdade e paixão por todas as coisas que concernem a Ti, oh Altissimo. Que por teu favor e misericórdia seja eu um servo que verdadeiramente teme teu santo nome. Por Cristo Jesus, amém.
Salmos do Dia: 95-101

Sexta Semana da Páscoa

Domingo – 17/05 At 10:44-48; Sl 98; 1 Jo 2:1-6 ; Jo 15:9-17

Segunda – 18/05
Salmo 80
Salmo 77, [79]
Deuteronômio 8:1-10
Tiago 1:1-15
Lucas 9:18-27

Terça – 19/05
Salmo 78:1-39
Salmo 78:40-72
Deuteronômio 8:11-20
Tiago 1:16-27
Lucas 11:1-13

- Quarta – 20/05
Salmo 119:97-120
Salmo 68:1-20
2 Reis 2:1-15
Tiago 5:13-18/ Apocalipse 5:1-14
Lucas 12:22-31

Ascensão do Senhor – Quinta - 21/05
At 1:1-11 ou Is 33:13-17,22;

Sl 113;

Cl 3:1-11;

Jo 14:1-12

Sexta – 22/05
Salmo 85, 86
Salmo 91, 92
Ezequiel 1:28-3:3
Hebreus 4:14-5:6
Lucas 9:28-36

Sábado – 23/05
Salmo 87, 90
Salmo 136
Ezequiel 3:4-17
Hebreus 5:7-14
Lucas 9:37-50

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Vivendo o sobrenatural

E riram-se dele, sabendo que a menina estava morta. Lc 8.53

No capítulo 8 de Lucas vemos o agir do Messias interferindo no mundo natural e sobrenatural: tempestade é acalmada, demônios são expulsos, enfermidade é curada e a morte é revertida. Todos estes fatos nos são apresentados logo após Cristo discorrer em parábola acerca da fé, tanto a que produz fruto quanto aquela que verdadeiramente faz de alguém filho (família) de Deus.
Interessantemente, após abordar o tema da fé sob alguns aspectos, seguem-se os fatos da narrativa do evangelista: elementos naturais se submetem à voz do Verbo criador -e Ele, levantando-se, repreendeu a fúria do vento e do mar e fez-se bonança. E disse-lhes: onde está a vossa fé? E disseram entre si: quem é este que os ventos e a água lhe obedecem? a mulher hemorrágica é curada -vai, a tua fé te salvou-, a ressurreição da filha de Jairo - não temas, crê somente e a menina será salva.
A proposta que nos é dada em cada um destes fatos é a de vivermos no sobrenatural. Entenda-se aqui o viver no sobrenatural não como modernamente muitos o fazem, crendo que cada segundo da sua vida deve ser uma interferência do mundo espiritual, que cada palavra sua deve ser muito bem pensada, pois quando emitida interferirá nesse mundo "além" que o rodeia. O sobrenatural que somos convidados a vivenciar como algo plenamente inserido em nossas vidas é aquele no qual Deus intervém sempre, segundo seus santos propósitos. É o mundo de Deus, a história de Deus, o 'onde' o Senhor opera para a concretização de seus puríssimos desígnios.
Muito mais que uma interferência para satisfação de desejos ou necessidades particulares, muito mais que interferências que supostamente dependem absolutamente da existência de um mínimo de fé para que alterem a ordem deste mundo, o sobrenatural de Deus manifesta-se para sua glória, para deixar claro quem Ele é: o Senhor do mundo criado, o Senhor da salvação, o Senhor da vida e da morte, o Senhor de tudos e todos.
Vivenciar o sobrenatural de Deus é entender que Ele, segundo seu perfeito desígnio, interfere nesta terra, em nossas vidas, em tudo e todos, para o bem do seu querer e cuidado de seus santos.
Os que não compreendiam o poder de Deus, não tinham a compreensão de sua ação espiritual na obra criada riram das palavras de Cristo, porém aqueles para quem o milagre estava reservado tiveram suas vidas e histórias transformadas. Aqueles para quem o sobrenatural se fez presente, experimentaram a presença de Deus em suas histórias: libertação do poder escravizador do diabo, socorro dos elementos naturais, a cura da opressão da enfermidade, a recuperação das amarras da morte.
Vivamos plenamente o sobrenatural de Deus, sabendo que para sua glória e para o nosso bem Ele interfere em nossas vidas e nos revela sua graça.
Oração: Dá-me, Deus de misericórida, a plena convicçao de que tu és o Senhor de minha história, de que nela ages para o bem de tua santa vontade e para confirmar o teu cuidado para com teu povo. Por Cristo Jesus, nosso Senhor, amém.
Leitura do dia: Salmo 106.1-48, Isaías 66.1-4, Romanos 14.13-23, Lucas 8.40-56.
Tábua de Salmos do dia: Salmo 79-85
Observação: As leituras aqui indicadas seguem o Lecionário Diário, parte do Livro de Oração Comum.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

O Temor do Senhor no Lar

O que ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais, não o encobriremos a seus filhos; contaremos à vindoura geração os louvores do SENHOR, e o seu poder, e as maravilhas que fez.
Salmo 78.3,4

Na IPB, comumente, o mês de Maio é chamado o “mês do lar”. São trinta dias em que enfatizamos a vida comum, orientamos acerca do temor do Senhor nas famílias, buscamos crescer e amadurecer naquilo que a Escritura ensina sobre a vida em comum.
De tantos temas que abordamos, algo que sempre procuramos enfatizar em nossa comunidade local é o trato, o papel do pai como o pastor de sua casa.
Hoje curso pedagogia, e, algo que sempre ouço dentro da sala de aula e, já há muito ouço de profissionais da educação é que “educação se dá em casa”, ou seja, ser uma pessoa educada, de bom trato, que saiba se relacionar socialmente, tudo isso deve ser algo ensinado pelos pais, e não pelos educadores. Isso afirmam justamente por uma inversão de valores, onde os próprios pais acreditam –erroneamente- ser dever da escola fazer de seu filho um bom filho, um bom cidadão.
Não diferentemente acredito que essa é uma visão partilhada por muitos crentes hoje, não no que diz respeito à educação secular de seus filhos somente, mas também –talvez principalmente- a educação espiritual destes. Pais e mães acreditam que na igreja é que seus filhos aprenderão sobre Deus, na igreja é que o caráter cristão de seus filhos será formado. Assim, da mesma forma que entregam seus rebentos para serem alfabetizados nos colégios, os entregam também para serem espiritualmente instruídos por aqueles que são encarregados do cuidado da casa de Deus, e, da mesma forma que tiram de seus ombros o peso de formar bons cidadãos –entregando essa responsabilidade aos educadores- tiram também o peso de formar crentes em seus lares outorgando essa tarefa exclusivamente aos líderes espirituais.
Isso é mau, doentio e anti-bíblico. A tarefa de formar espiritualmente, de evangelizar, de pastorear os filhos é dos pais, mais especificamente do pai, que é o pastor do lar. Por essa omissão muitos lares sofrem. Por essa omissão não são poucos os filhos que crescem sem Cristo em suas vidas.
No texto proposto logo no início o salmista ensina que aquilo que conhecem de Deus não deixarão encoberto, não se calarão quanto as coisas do Senhor, pois é ordem Sua: Ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e instituiu uma lei em Israel, e ordenou a nossos pais que os transmitissem a seus filhos, a fim de que a nova geração os conhecesse, filhos que ainda hão de nascer se levantassem e por sua vez os referissem aos seus descendentes; para que pusessem em Deus a sua confiança e não se esquecessem dos feitos de Deus, mas lhe observassem os mandamentos; e que não fossem, como seus pais, geração obstinada e rebelde, geração de coração inconstante, e cujo espírito não foi fiel a Deus.
No decorrer do hino, o salmista recorda os feitos de Deus, relembra as fabulosas operações do Altíssimo e mostra que mesmo testemunhando o agir de Deus, o povo se mantinha longe. O proclamar dos feitos de Deus tinha um objetivo: por em Deus sua confiança e que não se esquecessem de Senhor, que observassem os mandamentos de Deus e não andassem no erro como aqueles que vieram antes deles – dos descendentes-.
Quando pais se omitem no cumprimento dessa santa tarefa, outorgando-a aos seus lideres espirituais e se dão por satisfeitos, como que tendo cumprido seu dever, pecam, erram e acabam por afastar seus filhos do caminho do Senhor. O salmista aponta na sua descrição dos santos feitos de Deus que, mesmo tendo contemplado o agir de Deus, aquela geração adúltera, pecadora, não andava no temor do Senhor. Agora, argüimos: como poderão andar na piedade aqueles que não possuem conhecimento se os que contemplaram não andaram? Os progenitores contemplam seus filhos cada vez mais longe da salvação e não compreendem a razão, não identificam a solução do problema, não conseguem mensurar que a causa é a falta de pastoreio, do seu próprio pastoreio.
É urgente a necessidade de um despertamento dos lares, dos pais para o pastoreio de seus filhos. Precisamos de pais que orem com seus filhos, de pais que leiam as escrituras, que meditem, que testemunhem àqueles que Deus lhes deu sobre o que é verdadeiramente servir ao Altíssimo. Carece que se abandone já esse maldito hábito que transfere a responsabilidade sobre a vida dos filhos para terceiros. Pastor de filhos de crentes são seus pais crentes, antes de qualquer um!
Oração: Senhor Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Tu que por doce e santa graça nos fizeste teus filhos através do Unigênito, ensina-nos a pastorear o coração daqueles que deste-nos por herança. Dá, oh Deus, que sejamos bons pastores, que lhes ensinemos acerca do temor do Senhor, que vejam em nós a vida de piedade que devem levar pelo resto dos dias que o Senhor lhes conceder, e que no tempo oportuno tu venhas a trazer a salvação a seus corações. Por Cristo Jesus nosso Senhor, amém.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Do Senhor é o nosso fardo!

Bendito seja o Senhor que, dia a dia, leva o nosso fardo! Deus é a nossa salvação! Sl 68.19

Tenho a graça de seguir a leitura diária dos Salmos usando a tábua do Lecionário de Oração Comum. Não curiosamente, no dia de hoje, pude meditar nos dizeres do Salmo 68.19, que, sem sombra de dúvida, assim como toda a Escritura, é consolo para a alma.
Por demais nos sentimos oprimidos com nossos fardos, sejam eles o peso do pecado, a dor da separação de pessoas que amamos, queridos que partem para morar com o Senhor, decepções, qualquer outra coisa que ao vivermos, vem a criar um aperto no peito.
A dor é nossa companheira constante. Seja por buscar uma vida de piedade real -afinal, aquele que quer viver piedosamente será perseguido-, seja por não nos contentarmos com a verdade desse mundo que nos cerca e vive imerso na morte e no pecado. Por demais nos traímos quanto ao que conhecemos e deixamos de lado a oportunidade de viver a paz e tentamos carregar as dificuldades com nossas próprias forças. Dessa forma, sofremos desnecessariamente. Nos ferimos, perdemos a visão do cuidado de Deus, adoecemos de corpo e mente.
Seria saudável a cada manhã recitarmos os dizeres do salmo citado: Bendito seja o Senhor que, dia a dia, leva o nosso fardo! Do Senhor é a Salvação. E, assim, buscar viver essa verdade nesse mundo tão conturbado.
Oração: Senhor bendito, Deus de graça e misericórdia, Tu que em teu Filho amado Jesus Cristo carregaste o fardo de meu pecado e de sobre mim removeste a condenação à perdição eterna, vem nesta hora fortalecer e conformtar minh´alma com a realidade de teu cuidado. Que possa eu saber em todo o tempo que sobre mim repousa teu cuidado, tua paz e salvação. Livra-me, santo Senhor, de querer sozinho carregar o peso que não posso suportar e seja eu confortado com a realidade de que esse peso quem o leva é o Senhor. Por Cristo Jesus, meu Senhor, amém.