quinta-feira, 14 de maio de 2009

O Temor do Senhor no Lar

O que ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais, não o encobriremos a seus filhos; contaremos à vindoura geração os louvores do SENHOR, e o seu poder, e as maravilhas que fez.
Salmo 78.3,4

Na IPB, comumente, o mês de Maio é chamado o “mês do lar”. São trinta dias em que enfatizamos a vida comum, orientamos acerca do temor do Senhor nas famílias, buscamos crescer e amadurecer naquilo que a Escritura ensina sobre a vida em comum.
De tantos temas que abordamos, algo que sempre procuramos enfatizar em nossa comunidade local é o trato, o papel do pai como o pastor de sua casa.
Hoje curso pedagogia, e, algo que sempre ouço dentro da sala de aula e, já há muito ouço de profissionais da educação é que “educação se dá em casa”, ou seja, ser uma pessoa educada, de bom trato, que saiba se relacionar socialmente, tudo isso deve ser algo ensinado pelos pais, e não pelos educadores. Isso afirmam justamente por uma inversão de valores, onde os próprios pais acreditam –erroneamente- ser dever da escola fazer de seu filho um bom filho, um bom cidadão.
Não diferentemente acredito que essa é uma visão partilhada por muitos crentes hoje, não no que diz respeito à educação secular de seus filhos somente, mas também –talvez principalmente- a educação espiritual destes. Pais e mães acreditam que na igreja é que seus filhos aprenderão sobre Deus, na igreja é que o caráter cristão de seus filhos será formado. Assim, da mesma forma que entregam seus rebentos para serem alfabetizados nos colégios, os entregam também para serem espiritualmente instruídos por aqueles que são encarregados do cuidado da casa de Deus, e, da mesma forma que tiram de seus ombros o peso de formar bons cidadãos –entregando essa responsabilidade aos educadores- tiram também o peso de formar crentes em seus lares outorgando essa tarefa exclusivamente aos líderes espirituais.
Isso é mau, doentio e anti-bíblico. A tarefa de formar espiritualmente, de evangelizar, de pastorear os filhos é dos pais, mais especificamente do pai, que é o pastor do lar. Por essa omissão muitos lares sofrem. Por essa omissão não são poucos os filhos que crescem sem Cristo em suas vidas.
No texto proposto logo no início o salmista ensina que aquilo que conhecem de Deus não deixarão encoberto, não se calarão quanto as coisas do Senhor, pois é ordem Sua: Ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e instituiu uma lei em Israel, e ordenou a nossos pais que os transmitissem a seus filhos, a fim de que a nova geração os conhecesse, filhos que ainda hão de nascer se levantassem e por sua vez os referissem aos seus descendentes; para que pusessem em Deus a sua confiança e não se esquecessem dos feitos de Deus, mas lhe observassem os mandamentos; e que não fossem, como seus pais, geração obstinada e rebelde, geração de coração inconstante, e cujo espírito não foi fiel a Deus.
No decorrer do hino, o salmista recorda os feitos de Deus, relembra as fabulosas operações do Altíssimo e mostra que mesmo testemunhando o agir de Deus, o povo se mantinha longe. O proclamar dos feitos de Deus tinha um objetivo: por em Deus sua confiança e que não se esquecessem de Senhor, que observassem os mandamentos de Deus e não andassem no erro como aqueles que vieram antes deles – dos descendentes-.
Quando pais se omitem no cumprimento dessa santa tarefa, outorgando-a aos seus lideres espirituais e se dão por satisfeitos, como que tendo cumprido seu dever, pecam, erram e acabam por afastar seus filhos do caminho do Senhor. O salmista aponta na sua descrição dos santos feitos de Deus que, mesmo tendo contemplado o agir de Deus, aquela geração adúltera, pecadora, não andava no temor do Senhor. Agora, argüimos: como poderão andar na piedade aqueles que não possuem conhecimento se os que contemplaram não andaram? Os progenitores contemplam seus filhos cada vez mais longe da salvação e não compreendem a razão, não identificam a solução do problema, não conseguem mensurar que a causa é a falta de pastoreio, do seu próprio pastoreio.
É urgente a necessidade de um despertamento dos lares, dos pais para o pastoreio de seus filhos. Precisamos de pais que orem com seus filhos, de pais que leiam as escrituras, que meditem, que testemunhem àqueles que Deus lhes deu sobre o que é verdadeiramente servir ao Altíssimo. Carece que se abandone já esse maldito hábito que transfere a responsabilidade sobre a vida dos filhos para terceiros. Pastor de filhos de crentes são seus pais crentes, antes de qualquer um!
Oração: Senhor Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Tu que por doce e santa graça nos fizeste teus filhos através do Unigênito, ensina-nos a pastorear o coração daqueles que deste-nos por herança. Dá, oh Deus, que sejamos bons pastores, que lhes ensinemos acerca do temor do Senhor, que vejam em nós a vida de piedade que devem levar pelo resto dos dias que o Senhor lhes conceder, e que no tempo oportuno tu venhas a trazer a salvação a seus corações. Por Cristo Jesus nosso Senhor, amém.

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