quarta-feira, 3 de junho de 2009

PECADO E CONFISSAO

Quem há que possa discernir as próprias faltas? Absolve-me das que me são ocultas.
Salmo 19.12

Há alguns dias visitei uma igreja de nossa denominação com outro amigo pastor.
Culto iniciado, grupo de louvor à frente, dirigindo a congregação nos cânticos e adoração. Uma liturgia um tanto quanto diferente, sem uma interferência direta do pastor local, algo light, como muitos classificariam.
Em dado momento, o ministro local tomou a frente e pediu que a congregação abrisse suas bíblias em determinado capítulo de gênesis, que, para surpresa minha, a leitura seria feita para a transição do momento de abertura para o instante de recolhimento dos dízimos e ofertas. Isto feito, mais alguns cânticos entoados, pastor à frente, Bíblia lida, pregação, fim de culto.
Alguns fatos me chamaram a atenção: 1- A bíblia, fora no momento da explanação da mensagem, só foi lida quando do recolhimento dos dízimos, numa espécie de justificativa para o que se faria; 2- Não foi cantado nenhum hino, apenas cânticos que estão em alta -que certamente já não serão cantados daqui alguns meses-; 3- O pior de todos os fatos: não houve momento de contrição, não houve momento de confissão de pecados, seja pessoal, seja congregacional.
Findado o culto público, chamei este amigo pastor que me acompanhara, e lhe perguntei se havia percebido que não houvera o momento de contrição. Óbvio que sua resposta foi positiva, mas, isto não lhe causara surpresa nenhuma, pois, após sua resposta afirmativa, acrescentou: ele -referindo-se ao pastor da igreja- disse-me que não seguiria a liturgia tradicional, que iria fazer algo diferente. Acrescento eu aqui, uma preferência por uma liturgia mais light, mais atrativa.
Não haver chamada à adoração, omitir-se leitura e exortações bíblicas, a ausência do pastor na condução litúrgica, tudo isso já é algo extremamente negativo, mas o pior é excluir o momento de confissão de pecados. Não sei se é assim em todos os domingos, mas, mesmo que seja apenas um domingo, isto é inaceitável!
Como oferecer culto a um Deus santo sem antes reconhecer quem verdadeiramente sou e quem verdadeiramente Deus é? Como achegar-se a um Deus santo sem antes santificar-se?
Tal prática é absolutamente reprovável, pois, muitos costumam a praticar a oração de confissão apenas nos cultos, olvidando-se de fazê-la constantemente em seu culto diário particular, agora, quanto pior é deixar de fazê-la também em culto público.
No Salmo 19, o poeta inspirado exalta a Deus por sua Lei bendita e maravilhosa, e mais, a convicção que surge em seu coração ao referir-se de diversas formas aos mandamentos de Deus destacando-lhes diversas características, é a convicção de que não somente é um pecador, mas que também há atos que praticara que ele mesmo desconhecia que eram pecado. Roga então a Deus que aquilo que seu coração desconhece ser algo que contraria a vontade de Deus venha também ser objeto do perdão do Altíssimo.
O pastor que me acompanhou nesta igreja disse algo interessante. Assim afirmou: Geison, para mim pode-se omitir qualquer parte da liturgia -exceto, óbvio, também a pregação da palavra-, exceto a confissão de pecados, a contrição.
Amado (a) leitor (a), isto é a mais pura verdade. Só reconhecemos quem verdadeiramente somos e quem verdadeiramente Deus é quando voltamos nossa atenção pra natureza santa de nosso salvador e nossa natureza carente da graça de Deus para o perdão dos pecados.
Que o Senhor nos guarde de omitirmos tal prática em nossas vidas e que o Senhor olhe para sua seara e derrame graça para que tal prática não venha a ser omitida por ministros, pastores, líderes em nome de uma liturgia mais light, mais aceitável, mais agradável.
Oração: Pai santo e de infinita misericórdia, verdadeiramente sou pecador carente de sua graça, carente de seu perdão. Jamais permita, ó pai de amor, que me olvide de quem verdadeiramente sou e de quem verdadeiramente és! Que a cada minuto me lembre, Senhor, que sou pecador, resgatado sim, mas pecador que carece contiunuamente do seu perdão e favor; e assim, Deus santíssimo, me lance sempre mais e mais dependente em suas santas mãos, para que o louvor e as orações que a Ti oferecer venham a ser aceitáveis. Por isso, Pai, absolve-me das faltas que me são ocultas. Por Cristo Jesus, Senhor e Salvador nosso, amém.

Um comentário:

  1. Provérbios 28.13: “Quem tenta esconder os seus pecados não terá sucesso na vida, mas Deus tem misericórdia de quem confessa os seus pecados e os abandona”.(NTLH)

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